Reflexões Leigas sobre a Lição 9 da Escola Sabatina

Sábado 27/11/2004

 

O SANTUÁRIO ATACADO – DANIEL 8 (1ª parte)

 

 

O estudo de Daniel capítulo 8 será abordado pela lição em 2 partes, sendo que nesta semana o foco principal será o ataque do Chifre Pequeno ao Santuário, ficando para a próxima lição o importante tema da Purificação do Santuário.

 

Antes de qualquer coisa, vamos posicionar cronologicamente a 3ª visão de Daniel, relatada no capítulo 8 (a 1ª está no cap.2 e a 2ª está no cap.7). De acordo com o verso 1 de Daniel 8 sabemos que esta visão se deu no terceiro ano do rei co-regente Belsazar, ou seja, cerca de dois anos após a visão do capítulo 7. Temos então que a cronologia dos capítulos 1 a 8 pode ser assim definida em datas aproximadas:

 

 

Ano a.C.

605

602

594

569

553

551

539

538

Capítulo

1

2

3

4

7

8

5

6

Evento

Cativeiro

1ª Visão de Daniel

Fornalha Ardente

Doença de Nabuco-donosor

2ª Visão de Daniel

3ª Visão de Daniel

Banquete e Queda de Babilônia

Cova dos Leões

Idade de Daniel

17

20

28

53

69

71

83

84

 

Como podemos ver a visão de Daniel relatada no capítulo 8 aconteceu quando Babilônia tinha ainda cerca de 12 anos de vida. Nesta ocasião o rei Nabonidus estava em Temã, enquanto seu filho co-regente Belsazar estava em Babilônia conduzindo a economia da capital ao colapso.

 

 

Paralelismo Progressivo

 

O Princípio do Paralelismo Progressivo é fundamental para a correta interpretação das profecias de Daniel. Com base neste princípio verificado entre os capítulos 2, 7 e 8, nós entendemos que estas visões são paralelas, porém a medida que se repetem, ampliam as informações de um determinado período particularmente importante para o povo de Deus. Desprezar o evidente e natural paralelismo destes capítulos significa cometer um gravíssimo erro de interpretação, distorcendo completamente seu real significado, e desvirtuando um outro princípio fundamental de interpretação da Bíblia: a Bíblia explica-se a si mesma.

 

O quadro abaixo demonstra a lógica e perfeição desta estrutura paralela:

 

Capítulo 2

Capítulo 7

Capítulo 8

Interpretação

Cabeça de Ouro

Leão com asas de Águia

 

Império Babilônico

Peito e Braços de Prata

Urso que se levanta de um lado

Carneiro com dois chifres

Império Medo-Persa

Quadris e Coxas de Bronze

Leopardo com 4 cabeças e 4 asas

Bode com um chifre que dá lugar para outros 4 chifres

Império Greco-Macedônico

Pernas de Ferro

Animal terrível e espantoso

Chifre Pequeno que cresce muito e se engrandece  especialmente no aspecto espiritual

Império Romano (Roma Pagã)

Pés em partes de Ferro e Barro

10 chifres sobre o 4º animal

Nações da Europa

 

Chifre Pequeno

Papado

(Roma Cristã)

 

Tribunal Celestial

Santuário Purificado

Juízo Pré-advento

Pedra destrói a Estátua

Animais são destruídos

 

2ª Vinda de Jesus

Pedra transforma-se num grande monte que enche a terra

Os santos do Altíssimo recebem o Reino

 

Eternidade dos salvos no Reino de Deus

 

O fato de o Império Babilônico estar em franca decadência e em fase de extinção, explica o motivo da visão do capítulo 8 começar com o símbolo do Império Medo-Persa. Babilônia foi simplesmente desconsiderada em razão de restar-lhe apenas uns poucos anos mais de existência.

 

A forma explícita e direta como os símbolos do carneiro e do bode são identificados (versos 20 a 22) confirma de forma inquestionável a interpretação dos mesmos reinos simbolizados nas visões anteriores. Está bem claro de que não existe outra possibilidade de relaciona-los com as duas visões anteriores, que não seja através do evidente paralelo acima

 

É impossível não percebermos a relação que existe entre o urso que se levantou de um dos lados com o carneiro com dois chifres onde o chifre que se levantou por último se tornou o mais proeminente. A história nos conta que Ciro era neto de Astíages, rei da Média. Este concedeu ao seu neto Ciro o governo da Pérsia que até então era apenas uma província da Média. No ano de 553 a.C. Ciro rebela-se e subjuga a Média tornando-se maior que o poder que antes o subjugava. Ao conquistar Babilônia no ano 539 a.C. a Pérsia estabelece seu império mundial, de forma que o poder que havia se levantado por último (Pérsia) acabou se tornando maior que a Média.

 

É igualmente notória a relação existente entre o Leopardo com quatro cabeças e o Bode com um chifre notável que ao seu tempo é arrancado e substituído por outros quatro. Assim como os detalhes dos dois chifres do Carneiro continha informações adicionais que se encaixariam perfeitamente no reino por ele simbolizado, assim também os detalhes do chifre entre os olhos do Bode sendo arrancado no auge de sua força e substituído por outros quatro sem a mesma força que o primeiro, encaixam-se minuciosamente com os detalhes da história do reino helenístico. A história conta que o primeiro e grande rei do império grego, Alexandre o Grande, no auge de suas conquistas acabou morrendo. Como não havia indicado sucessor, sua morte foi precedida por 22 anos de sangrentos conflitos que só vieram a termo no ano de 301 a.C. na batalha de Ipsus. Nesta batalha, não somente os esforços de Antígono em estabelecer um império mundial consolidado foram destruídos,  como também ficou definida a divisão do império greco-macedônico entre seus quatro principais generais: Cassandro, Lissímaco, Seleuco e Ptolomeu.

 

Até aqui existe consenso entre a maior parte dos estudiosos da Bíblia. É a partir do verso 9 que começam as divergências de interpretação entre os Adventista e as demais denominações cristãs. De acordo com o princípio do paralelismo entre os capítulos 2, 7 e 8, os Adventistas reconhecem abertamente o Chifre Pequeno de Daniel 8 como sendo Roma em suas fases pagã e cristã apostatada, porém com ênfase na segunda fase. As demais denominações cristãs pretendem identificar o Chifre Pequeno com o insignificante Antíoco Epifânio, que foi o oitavo rei da dinastia selêucida (175 a 164 a.C.).

 

Na tentativa de forçar a interpretação do Chifre Pequeno como Antíoco Epifânio, cometem um erro grave de gramática hebraica ao relacionar a expressão “de um deles” do verso 9 com os quatro chifres (existem até algumas versões bíblicas que perpetuaram este erro ao traduzirem tendenciosamente “de um deles” como “de um dos quatro chifres”). Na gramática hebraica a palavra “chifre” do verso 8 é uma palavra feminina, e a palavra “ventos” pode ser tanto masculina como feminina. Como o pronome pessoal “eles” (de + eles = deles) deve concordar com o substantivo que o antecede, este pronome deveria ser feminino caso ele realmente se referisse aos chifres. Porém, o que acontece é que na língua hebraica o “deles” do verso 9 é uma palavra masculina, sendo completamente inviável que ela esteja relacionada com a palavra chifres. O correto é a palavra masculina “deles” do verso 9 estar relacionada com a palavra “vento” que pode ser tanto masculina como feminina. A lição de terça-feira (23/11) apresenta outras quatro interessantes evidências que indicam o Chifre Pequeno como originário de um dos quatro ventos , e não de um dos quatro chifres.

 

Mas na minha maneira de ver, o princípio do paralelismo que aponta o poder que sucedeu ao Bode do capítulo 8, como o mesmo poder que sucedeu o Leopardo do capítulo 7, e o mesmo poder que sucedeu a parte de bronze do capítulo 2, ou seja, Roma, é ainda a principal evidência de que o Chifre Pequeno jamais poderia ser um rei tão geograficamente restrito e de tão pouco destaque como foi Antíoco Epifânio.

 

 

O Chifre Pequeno

 

As peripécias do Carneiro e do Bode identificados pelo próprio anjo que recebe a ordem para explicar a visão para Daniel, como o rei (reino) da Média e da Pérsia e o rei (reino) da Grécia, preparam o cenário para a parte mais impressionante da visão: o surgimento de um Chifre muito pequeno que cresceu muito para o sul, para o oriente e para a terra formosa.

 

Estas indicações políticas confirmam sua identificação como sendo o Império Romano, pois destacam sua expansão rumo a África (sul), Grécia, Ásia Menor e Síria (oriente), e Palestina (terra formosa). Entretanto, estas características políticas são apresentadas de forma bem sucinta e limitada, em comparação com as demais características de caráter espiritual. Fica evidente que o objetivo do capítulo 8 é apresentar o engrandecimento do Chifre Pequeno em termos espirituais, destacando a natureza espiritual ofensiva de suas atividades.

 

Como já vimos no capítulo 7, Roma Pagã teve sua continuação na Roma Cristã, onde o Bispo de Roma acaba substituindo em poder e influência o imperador Romano. O título pagão Pontifex Maximus (Sumo Sacerdote) utilizado pelos imperadores romanos passou a ser um título cristão que identificava o Bispo de Roma, de forma que o império romano tornou-se na igreja cristã apostatada, melhor identificada hoje como Igreja Católica Apostólica Romana.

 

Vamos comparar as atividades espirituais do Chifre Pequeno do capítulo 7 com o do capítulo 8:

 

Capítulo 7

Capítulo 8

Havia olhos como os olhos de homem (v.8)

Um rei feroz de semblante e entendido em enigmas (v.23)

Uma boca que falava com vanglória (v.8)

Engrandeceu-se (v.10,11)

No seu coração se engrandecerá (v.25)

Parecia ser mais robusto do que os seus companheiros (v.20)

Grande será a sua força, mas não de si mesmo (v.24)

Fazia guerra contra os santos e os vencia (v.21)

Alguns do exército do céu deitou por terra e os pisou (v.10)

Prosperou em tudo o que fez (v.12)

Destruirá terrivelmente e prosperará (v.24)

Proferirá palavras contra o Altíssimo (v.25)

Engrandeceu-se até o Príncipe do exército, tirou dele o contínuo e lançou o santuário por terra  (v.11)

Se levantará contra o Príncipe dos príncipes (v.25)

Destruirá os santos do Altíssimo (v.25)

Destruirá os poderosos e o povo santo (v.24)

Destruirá a muitos que vivem em segurança (v.25)

Eles serão entregues nas suas mãos (v.25)

O exército lhe foi entregue (v.12)

Cuidará em mudar os tempos e a lei (v.25)

Lançou a verdade por terra (v.12)

Fará prosperar o engano (v.25)

Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até o fim (v.26)

Mas sem esforço de mãos humanas será quebrado (v.25)

 

Como vimos, muitas são as semelhanças entre as perniciosas atividades do Chifre Pequeno do capítulo 7 e seu correspondente no capítulo 8.

 

 

O Cristianismo Apostatado

 

O apóstolo Paulo em II Tessalonicenses 2:3 e 4 também fez menção a este terrível período de apostasia e engano que sobreviria sobre a igreja cristã:

 

“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”

 

O discípulo amado João menciona esta apostasia como resultado de um poder denominado em suas epístolas como o anticristo:

 

“Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora.” I João 2:18

 

“Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho.” I João 2:22

 

“E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.” I João 4:3

 

“Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo.” II João 7

 

Mais tarde, em Apocalipse, o apóstolo João descreverá este mesmo poder apóstata de várias maneiras:

 

*  Como o próprio trono de Satanás (Apoc.3:13)

*  Como o dragão que persegue a mulher e faz guerra contra os seus descendentes (Apoc.12)

*  Como a arrogante Besta que sobe do mar cheio de blasfêmias (Apoc.13)

*  Como uma grande prostituta cheia de nomes de blasfêmia tendo na mão um cálice cheio de vinho embriagantemente apóstata, e embriagada com o sangue dos santos (Apoc.17)

*  Como a grande Babilônia, mãe das prostituições e das abominações da terra, cujo seio serve como morada dos demônios e esconderijo dos anjos caídos, mas que tem sua queda como decretada pelo céu (Apoc.17:5 e 18)

 

Compare com as características do Chifre Pequeno no quadro acima e veja por si mesmo como estamos falando do mesmo poder apóstata.

 

Recapitulando, Daniel 8 menciona este poder como:

 

*  Guerreando, vencendo, pisando e destruindo o povo santo (o exército do céu)

*  Afrontando o Príncipe dos príncipes (o Príncipe do exército do céu)

*  Tirando do Príncipe o contínuo (a intercessão diária) e lançando o Seu santuário por terra

*  Lançando a verdade por terra e fazendo prosperar o engano

 

Quem é o Príncipe?

 

Leia os textos abaixo e verifique se tratar de Jesus:

 

“E disse ele: Não, mas venho agora como Príncipe do exército do SENHOR. Então Josué se prostrou com o seu rosto em terra e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo?” Josué 5:14

 

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.” Daniel 9:25

 

“Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade; e ninguém há que me anime contra aqueles, senão Miguel, vosso Príncipe.” Daniel 10:21

 

“E Naquele tempo se levantará Miguel, o grande Príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.” Daniel 12:1

 

O que é o contínuo?

 

A maioria das traduções bíblicas apresenta a expressão “sacrifício contínuo”, porém no texto hebraico existe apenas uma única palavra, TAMID, que significa “contínuo” (ver Ezeq.39:14, Sal.38:17, Sal.71:14). Esta palavra é usada com destaque em referência ao serviço diário do santuário terrestre que deveria ser, de forma geral, mantido em contínuo funcionamento:

 

*  Números 28:3 – Contínuo holocausto (Sacrifício contínuo)

*  I Crônicas 16:40 – Holocaustos continuamente oferecidos pela manhã e pela tarde

*  Levíticos 24:2 – Lâmpadas mantidas continuamente acessas

*  II Crônicas 2:4 – O pão contínuo da proposição

*  Êxodo 28:29 – O peitoral sacerdotal para memória contínua diante do Senhor

*  I Crônicas 23:31 – Contínuo serviço do santuário

 

O contínuo serviço do santuário celestial era uma sombra que apontava para a realidade do contínuo ministério intercessório de Cristo no santuário celestial em nosso favor:

 

“Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque), de tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo [contínuo]. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre [continuamente] para interceder por eles.” Hebreus 7:21-25

 

Foi este sagrado e vital ministério realizado por Cristo em benefício de nossa eterna salvação que este poder apóstata tirou e lançou por terra.

 

Como este poder alcançou este objetivo?

 

Ano*

Heresias

113

O Papa Alexandre I ordena o uso da água benta (costume pagão)

140

Institui-se o jejum da quaresma (salvação pelas obras)

160

Orações pelos mortos (imortalidade da alma)

170

Teófilo de Antioquia usa pela primeira vez o termo “Trindade” (deturpação do conhecimento do Deus Eterno e de Seu Filho unigênito Jesus Cristo)

220

Tertuliano e Hipólito lançam as bases filosóficas para o estabelecimento do dogma da Santíssima Trindade (deturpação do conhecimento do Deus Eterno e de Seu Filho unigênito Jesus Cristo)

257

Consagração de ornamentos religiosos e vestes sacerdotais (origem pagã)

260

Começam as primeiras comunidades monásticas (salvação pelas obras)

320

Uso de velas e círios (costume pagão)

381

A igreja cristã oficializada pelo estado recebe o nome de “Católica” (pretensão)

321

O dia do Senhor é mudado do sábado bíblico para o domingo (mudança na lei de Deus)

416

Começa-se a praticar o batismo de crianças recém-nascidas (tradição acima das verdades bíblicas)

431

O Concílio de Éfeso decreta a adoração de Maria como a Mãe de Deus (violação do exclusivo ministério intercessório de Cristo conforme Atos 4:12 e II Tim.2:5)

593

É instituída pelo Papa  Gregório Magno a doutrina do purgatório (salvação pelas obras e imortalidade da alma)

600

O latim é instituído como o idioma oficial de oração e culto sagrado (impossibilitar os mais humildes do acesso a vida religiosa)

610

O título de Papa é instituído pela primeira vez pelo Bispo de Roma Bonifácio III (hierarquização da estrutura religiosa)

709

É instituído o costume de beijar o anel e os pés do Papa (idolatria)

788

Veneração (para não dizer adoração) de imagens, relíquias e cruz (idolatria)

860

O Papa Nicolau, o grande, declara ter poder para mudar os tempos e ab-rogar as leis, bem como dispor de todas as coisas, até os preceitos de Cristo (blasfêmia e arrogância)

995

A Canonização dos santos é instituída pelo Papa João XV (imortalidade da alma e violação do exclusivo ministério intercessório de Cristo conforme Atos 4:12 e II Tim.2:5)

998

A missa é instituída como sacrifício (desvirtuamento do plano da salvação e da verdadeira adoração)

1073

O Papa Bonifácio VII Impõe o celibato aos sacerdotes e monges (salvação pelas obras)

1080

O Papa Gregório VII declara que a igreja romana nunca errou, nem errará jamais (infalibilidade da igreja dirigida por homens)

1184

Estabelece-se as bases para a Inquisição (intolerância religiosa)

1190

Institui-se a venda de Indulgências, que é o pagamento à igreja com a finalidade de obter o perdão dos pecados (salvação pelas obras)

1200

A hóstia substitui a ceia (tradição acima da bíblia)

1215

No IV Concílio de Latrão o Papa Inocêncio III em sua bula “Eu te absolvo”, introduziu o sacramento da confissão ou confessionário (violação do exclusivo ministério intercessório de Cristo conforme Atos 4:12 e II Tim.2:5)

1250

Segundo a tradição, São Domingo de Gusmão recebe a revelação da devoção do Rosário direto da santíssima virgem (salvação pelas obras)

1300

O Papa Bonifácio VIII declara que a submissão à autoridade papal é indispensável para a salvação (arrogância humana em querer ser como Deus)

1322

O Papa João XXII institui o escapulário como uma forma de indulgência (salvação pelas obras)

1546

Os livros apócrifos (não inspirados por Deus) são introduzidos na Bíblia (tradição acima da Bíblia)

1550

O Concílio de Trento estabelece o dogma da Transubstanciação (mistificação do sacrifício de Cristo)

1854

O Papa Pio IX em sua bula “Ineffabilis Deo” estabelece o dogma da imaculada conceição de Maria (desvirtuamento da natureza humana de Cristo)

1869

O Concílio Vaticano I declara como anátema todo aquele que não reconhece no Papa um legítimo sucessor de Pedro divinamente instituído (tradição acima da verdade bíblica)

1870

O Papa Pio IX declara a infalibilidade papal (idolatria e arrogância humana em querer ser como Deus)

1894

O Papa Leão XIII declara numa encíclica que o Papa ocupa nesta terra o lugar do Deus Onipotente (idolatria e arrogância humana em querer ser como Deus)

1950

O Papa Pio XII declara o dogma da assunção da Virgem Maria (idolatria)

1965

O Concílio Vaticano II proclama Maria como a mãe universal da igreja (idolatria)

 

* As datas são aproximadas

 

Precisamos falar mais sobre como este arrogante, blasfemo e perseguidor poder tirou de Jesus o ministério intercessório no santuário celestial e fez muito mal ao povo de Deus?

 

É profundamente lamentável ter que reconhecer que a IASD de forma oficiosa tenha incluído em suas crenças fundamentais o herético dogma da trindade, oficializando este absurdo na Assembléia da Conferência Geral de Dallas em 1980. Com isto a IASD que surgiu de um movimento divinamente orientado onde seus pioneiros combatiam abertamente esta heresia, acaba negando suas origens e iniciando um assustador caminho de apostasia.

 

A inclusão desta heresia católica está aos poucos transformando uma igreja que era reconhecida como o povo remanescente, os reparadores de brechas, o povo da Bíblia, em mais uma das filhas de Babilônia a sorver seu embriagante vinho de prostituição.

 

“Não! De forma alguma isto irá acontecer!” – pode protestar um fiel membro da IASD – “Temos a verdade do sábado e da mortalidade da alma! Não iremos nunca nos unir as demais filhas de Babilônia que observam o sábado espúrio (domingo) e crêem na mentira espírita da imortalidade da alma”. Mas não tinham os judeus também estas mesmas verdades? Mesmo assim não acabaram negando o Filho de Deus e o condenando à morte? Tudo começou porque os judeus adotaram uma falsa concepção de Deus (legalismo) e do Messias (conquistador político). Tudo porque foram “orgulhosos” e não quiseram mudar os seus errôneos conceitos quando confrontados com a irrefutável verdade.

 

Para aqueles que ainda acreditam que a atual IASD nunca irá tornar-se como uma das filhas de Babilônia, basta prestar um pouco de atenção nas tendências ecumênicas que estão tomando conta da liderança e dos demais membros. Vejam por exemplo o título do mais recente lançamento daquele que já foi um dos mais tradicionais quartetos da IASD:

 

Arautos do Rei

Fogo Divino

 

Contagem regressiva para o lançamento mais aguardado de 2004!

Arautos do Rei, o quarteto gospel mais conhecido do Brasil,

lança em breve seu mais novo CD: Fogo Divino.

 

 

Fogo divino? Não é esta uma expressão tipicamente “pentecostal” usada e abusada nas mensagens e músicas deste segmento cristão espiritualista? Esta não é e nem nunca foi uma expressão comum no meio adventista! Se me recordo bem, quando nós adventistas nos referimos a fogo do céu estamos quase sempre querendo falar do fogo e enxofre que cairá do céu e destruirá para sempre todo o pecado juntamente com os pecadores (será que é disto que trata as letras das músicas deste CD?). Tal expressão não expressa nem de longe a verdade da tríplice mensagem angélica que deveria ser nossa prioridade proclamar. Pelo contrário, a assimilação desta expressão tipicamente pentecostal só tende a confundir a missão de um povo que deveria ser separado destas tendências diabólicas, fazendo com que sejamos vistos como mais uma igreja “igualzinha” as demais que já existem e se proliferam a cada dia.

 

Não sei que tipo de música contém este CD, mas pelo título já começo a imaginar. Será que quando ouvir o CD verei que estou redondamente enganado? Assim espero! Mas acho muito improvável. Está na cara que tal título foi escolhido basicamente com fins comerciais, pois querem vender não só para o seu público cativo entre os adventistas, mas também para todos os demais evangélicos. Que tipo de música o povo evangélico pentecostal gosta de ouvir? Música sacra na verdadeira acepção da palavra ou uma mistura de ritmo profano com letra pseudo-sacra? Mas vamos esperar e ouvir este CD com este estranho título para ver onde isto vai dar...

 

 

Na semana que vem continuaremos o estudo do capítulo 8 procurando entender o diálogo entre aqueles dois santos mencionados no verso 13.

 

Até lá!

 

Irmão X


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