Reflexões Leigas sobre a Lição 5 da Escola Sabatina

Sábado 30/10/2004

 

SURPRESA NA FESTA – DANIEL 5

 

 

Algumas informações históricas

 

Para nos situarmos cronologicamente em relação aos fatos do capítulo 5 de Daniel, vamos avançar na linha de tempo já apresentada no comentário anterior:

 

Cronologia dos Capítulos:

 

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       605 a.C.                602 a.C.              594 a.C.               569 a.C.             539 a.C.

     Capítulo 1             Capítulo 2            Capítulo 3            Capítulo 4           Capítulo 5

 

Idade (aproximada) de Daniel:

 

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        17                         20                       28                       53                       83

 

Nabucodonosor morreu no ano de 562 a.C., quando Daniel tinha cerca de 60 anos de idade; ou seja, sete anos após o rei ter tido o sonho do capítulo 4 (viveu poucos meses após ser restabelecido no trono), e 23 anos antes da festa de Belsazar relatada no capítulo 5.

 

Nabucodonosor teve um filho chamado Evil-Merodaque (mencionado em Jeremias 52:31) que o sucedeu no trono por apenas dois anos, pois foi assassinado pelo próprio cunhado. O cunhado assassino morreu quatro anos mais tarde, deixando um filho menor como o sucessor ao trono de Babilônia. Porém, este menino-rei foi igualmente assassinado por conspiradores, que indicaram um de seus cúmplices, Nabonidus, como o sucessor real. É bem provável que Nabonidus tenha sido da descendência de Nabucodonosor, pois seu filho Belsazar é chamado de filho (descendente) do rei Nabucodonosor.

 

Seis anos após sua posse, o rei Nabonidus se transfere para Temã na Arábia, deixando seu filho Belsazar governando como co-regente em Babilônia. Este é o motivo de Belsazar ter oferecido como prêmio pela decifração da escrita na parede, o terceiro lugar no reino (O primeiro estava ocupado por seu pai, e o segundo por ele próprio).

 

Não muito longe dali, Ciro o Grande, rei da Pérsia estava fazendo um grande estrago com seus exércitos. Ele havia acabado de dominar o reino da Média e anexado a Lídia. Seus avanços ameaçavam cada vez mais a hegemonia do grande império de Babilônia, fazendo com que o rei Nabonidus, no ano de 540 a.C., regressasse de Temã para junto do seu filho co-regente. Porém, após perder Opis a 185 quilômetros de Babilônia, e Sippar a 80 quilômetros, o rei parte em fuga para Borsippa, ao sul de Babilônia. Enquanto isto, um destacamento militar comandado por Dario o Medo avança até os muros da cidade de Babilônia.

 

Belsazar avalia a situação: O reino se desmantelando por todos os lados, seu pai fugindo, e o inimigo batendo às portas. O que fazer? Vamos dar uma festa é claro!

 

 

A Festa

 

No dia 12 de outubro de 539 a.C. Belsazar bebe vinho na presença de mil convidados. De certa forma ele estava tentando passar para os seus súditos que tudo estava sob controle. Afinal, os muros de Babilônia eram inexpugnáveis, seus armazéns estavam abarrotados de alimentos para muitos e muitos meses de resistência, e água certamente não faltaria, pois o rio Eufrates passava por dentro da cidade. Assim como Titanic fora construído de forma a ser considerado como um navio insubmersível, assim também a cidade de Babilônia era tida como inconquistável.

 

William H. Shea em seu estudo “Daniel in Babylon” (1978) comenta que não seria muito improvável o próprio Belsazar, tendo em vista a recente derrota e fuga de seu pai Nabonidus, ter-se declarado rei de Babilônia na intenção de manter a ordem e a segurança na cidade. Desta forma, existe a possibilidade daquela festa promovida num momento tão inadequado, ter sido a festa de coroação de Belsazar como rei de Babilônia. E assim sendo, se torna inevitável continuarmos vendo a impressionante semelhança entre Babilônia e o Titanic, pois assim como este grandioso e insubmersível navio naufragou em sua viagem inaugural, assim também a grandiosa e inexpugnável Babilônia sucumbiu no mesmo dia que Belsazar inaugurava seu trono real.

 

A festa tinha também cunho religioso, pois nela o rei homenageou e cultuou seus deuses de ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra na extensão de angariar deles a proteção contra seus inimigos. E como se não bastasse toda a idolatria profana, Belsazar ordena para que tragam os utensílios (jarros e taças de ouro e de prata) que o rei Nabucodonosor havia trazido do templo de Jerusalém, para profana-los bebendo neles juntamente com suas mulheres e seus convidados o entorpecedor e luxuriante vinho de Babilônia.

 

Seu pecado era especialmente grave e ofensivo a Deus tendo em vista toda história passada que ele muito bem conhecia (Dan.5:22), mas que, movido pela presunção e pelo orgulho, fez questão de desconsiderar. Não é nos dito que Belsazar tenha tido algum sonho profético, ou que tenha visto algum milagre como de jovens saírem incólumes de uma fornalha ardente, ou mesmo tenha presenciado em sua própria vida um milagre regenerador do Deus Eterno. Em uma primeira vista poderíamos até pensar que o rei Nabucodonosor foi muito mais agraciado com poderosas evidências do amor e do poder de Deus do que o próprio Belsazar. Porém não devemos nos esquecer que toda a luz do conhecimento do Deus Eterno proveniente da experiência vivida pelo seu antepassado estava a sua disposição. Nabucodonosor adquiriu conhecimento do Deus Verdadeiro sendo conduzido por Ele através de impressionantes experiências pessoais, porém Belsazar poderia ter aprendido a respeito do mesmo Deus sendo igualmente conduzido por Ele no conhecimento de toda a história passada.

 

Muitas vezes nos sentimos tentados a pensar que o povo de Deus que viveu nos tempos de Moisés foi mais privilegiado que nós. Eles viram as dez pragas sendo derramadas sobre os egípcios enquanto nada acontecia a eles, viram o mar abrir e passaram por dentro dele a seco enquanto todo o exército de faraó se afogou, viram a coluna de fogo os acompanhando a cada noite no deserto e comeram do maná que caía diretamente do céu por cerca de 40 anos. Que poderosas e palpáveis experiências religiosas a fortalecer a fé no Deus Eterno, não é mesmo? “Ah! Se hoje eu tivesse as mesmas oportunidades que eles tiveram!” – reclamamos – “Ah! Eu teria uma fé inabalável” – pensamos. Mas não devemos nos esquecer que tudo aquilo que eles viveram ficou registrado para o nosso ensino, para que pelo conhecimento da ação de Deus no passado tivéssemos também nossa fé fortalecida e ampliada (ver Rom.15:4). A mesma ação poderosa e misericordiosa de Deus que os conduziu por impressionantes experiências no passado, nos leva hoje ao encontro do conhecimento destas experiências que foram devidamente registradas, para que assim tanto eles como nós estejamos indesculpáveis (ver Rom.1:18-32 especialmente o verso 20).

 

Ellen White escreveu:

 

Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado. Somos agora um povo forte, se pusermos nossa confiança no Senhor; pois estamos lidando com as poderosas verdades da Palavra de Deus. Tudo temos a agradecer.” General Conference Bulletin, 1893, pág. 24 (ver Life Sketches, pág. 196; Testemunhos Para Ministros, pág. 31).

 

É profundamente lamentável vermos como a Igreja Adventista Atual tem rapidamente esquecido “a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado”. Hoje nossos líderes dizem que é temerário tomar os pioneiros como exemplo:

 

“Tinham os pioneiros o conhecimento de toda a verdade? Então este não é um argumento nem forte e muito menos conclusivo. Não é justo cobrar deles o conhecimento que temos hoje, porque a luz é progressiva. Muitos deles haviam pertencido a comunidades religiosas unitarianas, e estavam contagiados por idéias antitrinitárias. É temerário tomarmos os pioneiros como exemplo, porque um número deles não cria também em outros assuntos da revelação como cremos hoje, inclusive na área da interpretação profética.” (Dr. José Carlos Ramos em uma entrevista para a Revista Adventista Julho 2004- pg.7)

 

Os heróis do passado se tornaram nos fantasmas da IASD no presente. Acusam nossos pioneiros de semi-arianismo (termo usado pela primeira vez pela Igreja Católica), e o que é pior, pressionam e perseguem a qualquer membro que queira pesquisar a verdade por si mesmo, chegando no cúmulo de proibir a entrada de um membro adventista na biblioteca da Conferência Geral que simplesmente queria continuar pesquisando sobre as verdadeiras origens do adventismo.

 

A experiência de Belsazar nos ensina que Deus nos considera responsáveis não somente pela luz que possuímos, mas também por toda a luz que tivemos a oportunidade de adquirir mediante sua graça, mas que recusamos receber. Hoje encontro muitos membros da igreja adventista cometendo o mesmo erro fatal de Belsazar: “desprezar o conhecimento advindo da direção e ação de Deus no passado”. Deus tem permitido vir a tona documentos e verdades que até então eram desconhecidos a eles, mas que eles em sua presunção e orgulho espiritual tem relutantemente se recusado a pesquisar e conhecer no conformismo que sua igreja e seus pastores não iriam jamais se equivocar. Desta forma, a IASD está esquecendo a maneira e os ensinamentos que Deus lhes concedeu no passado para lhes ser uma benção, afastando-se conseqüentemente do verdadeiro conhecimento do Deus Eterno e de Seu Filho unigênito.

 

Rejeitar conhecer a verdade equivale rejeitar a esta verdade!

 

 

A Escrita

 

“Mene Mene Tequel Parsin” (Aramaico)

 

Mene = Contado; Numerado (Repetido para denotar ênfase solene, bem como um processo que envolveu mais de uma oportunidade antes de ser julgado)

 

Tequel = Pesado

 

Parsin = Plural da palavra Peres que significa dividido ou quebrado. A palavra foi apresentada no plural com a finalidade de proporcionar um jogo de palavras, pois Parsin equivale à pronúncia de “Persas”.

 

Esta escrita revela que Babilônia após ter sido criteriosamente acompanhada e analisada por Deus durante toda sua existência (Contada, Numerada), chegou o momento de ser colocada numa balança e pesada (avaliada) de acordo com Seus eternos e imutáveis critérios.

 

Ao pensarmos numa balança geralmente somos sugestionados a entende-la como um processo de avaliação onde o Senhor Deus coloca de um lado todas as boas ações e de outro, todas as más, de forma a saber para que lado irá pender a balança. Se praticarmos mais boas ações do que más, então a balança penderá para o lado da salvação, porém se fizemos mais o mal do que o bem, ela penderá para a perdição. Não é a toa que cristãos como esta visão do juízo morrem de medo de ter que encará-lo. Considero este conceito de avaliação extremamente legalista e intimidatório, e não creio que seja o método de Deus. Se a salvação da humanidade dependesse de como a balança de nossa existência reagirá em função de todas as nossas obras boas e más nela colocadas, então como explicar a salvação que Jesus efetuou daquele ladrão ao seu lado na cruz? Como estava sua balança no dia em que ele morreu? Se formos pensarmos exclusivamente nas obras que teve a oportunidade de praticar até aquele dia, não vejo como Deus poderia tê-lo salvo de acordo com a “teologia da balança”.

 

Mas ninguém tem dúvidas que o Senhor Jesus o salvou! Como pode ser isto? A resposta tem uma só palavra: “GRAÇA”. Na cruz Jesus levou todos os nossos pecados e de um lado da balança, a esvaziou completamente deles. De outro lado, Jesus colocou toda a sua justiça, de forma que ela pendesse somente em favor de nossa salvação eterna – isto se chama Salvação única e exclusivamente pela Graça de Deus (Efésios 2:8).

 

E as obras? As obras são importantes e fazem parte da vida cristã, mas simplesmente como evidência da maravilhosa salvação que Deus opera em nossa vida mediante a Graça. Ao serem praticadas como uma conseqüência da salvação efetuada por Deus, elas não são definidas como as “nossas” boas obras, e sim como as boas obras “dAquele” que em nós opera tanto o querer como o efetuar (Filipenses 2:13). Nossas boas obras não são nossas e sim de Deus, pois “Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).

 

Acredito que a balança onde Belsazar foi pesado e achado em falta foi aquela que de um lado Deus coloca todas as oportunidades, privilégios e bênçãos que Ele lhe proporcionou mediante seu infinito poder e misericórdia; e do outro lado colocou todas suas respostas, escolhas e decisões em relação a tudo que estava do lado oposto da balança. Esta mesma balança existe na vida de todo e qualquer ser humano. Quanto mais pesado o lado das oportunidades, privilégios e bênçãos, igualmente mais pesado deve estar o lado das respostas, escolhas e decisões que lhes correspondam.

 

É por este motivo que Jesus afirmou:

 

“Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.” Mateus 11:21-24

 

 

A queda de Babilônia

 

Compare aquilo que é dito no Velho Testamento a respeito da Babilônia literal, com aquilo que é revelado no livro de Apocalipse a respeito da Babilônia espiritual:

 

Babilônia Literal

Babilônia Espiritual

Habita sobre muitas águas

(Jer.51:13)

Sentada sobre muitas águas

(Apoc.17:1)

Copo de ouro na mão do Senhor

(Jer.51:7)

Tem na mão direita um cálice de ouro (Apoc.17:4)

Embriagou a terra

(Jer.51:7)

A todas as nações fez beber

(Apoc.14:8)

Eu serei senhora para sempre...não ficarei viúva (Isa.47:7-8)

Estou assentada como rainha. Viúva não sou (Apoc.18:7)

Repentinamente caiu Babilônia

(Jer.51:8)

Caiu, caiu a grande Babilônia

(Apoc.14:8)

Fugi do meio de Babilônia

(Jer.51:6)

Sai do meio dela povo meu

(Jer.51:45)

Retirai-vos dela povo meu

(Apoc.18:4)

Fez mal a Sião

(Jer.51:6)

Embriagada com o sangue dos santos (Apoc.17:6)

Por ocasião de sua queda os céus e a terra se alegrarão

(Jer.51:48)

Por ocasião de sua queda exultarão os céus, santos e apóstolos

(Apoc.18:20)

Babilônia será afundada como uma pedra (Jer.51:64)

Babilônia será arrojada como uma grande pedra (Apoc.18:21-23)

 

E já que estamos falando de Babilônia convém lembrar qual é a mais importante doutrina de acordo com o seu líder humano máximo:

 

“A Unidade e a Trindade de Deus é o primeiro mistério da fé católica” Papa João Paulo II em discurso na praça de S.Pedro no Vaticano no dia 15/06/2003

 

Agora acompanhe com atenção os argumentos que se seguem:

 

Para começar, analisemos um texto do livro ESTUDOS BÍBLICOS da editora Casa Publicadora Brasileira, Tatuí-SP, edição de 1987, página  383, artigo A MUDANÇA DO SÁBADO:

 

“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo; de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” O Monitor Paroquial de 26 de agosto de 1926, Socorro, Estado de São Paulo.

 

Como podemos observar através deste documento católico, todo protestante que observa o domingo em vez do sábado bíblico, presta homenagem a Igreja de Roma, a Mulher de Apocalipse 18 (a Igreja Católica Apostólica Romana). Nisto, todo bom adventista concorda.

 

Esta outra citação de um artigo católico deixará até mesmo bons adventistas muito surpresos:

 

“Qualquer pessoa para ser salva, antes de todas as coisas é necessário que ela celebre a fé católica: A menos que cada um mantenha esta fé no seu todo, completa e sem mancha, sem dúvida perecerá eternamente. Mas esta é a fé católica; Que nós adoramos um Deus em uma Trindade, e a Trindade em uma unidade, não devemos confundir as pessoas; nem dividir suas substâncias. ...Assim, o Pai é Deus: o Filho é Deus: e o Espírito Santo é Deus. De forma que em todas as coisas, como supracitado, a unidade da Trindade, e a trindade em sua unidade devem ser adorados. Aquele que será salvo, tem que pensar desta maneira sobre a trindade.

Nossos oponentes (protestantes) às vezes reivindicam que nenhuma crença deveria ser dogmatizada que não é explicitamente declarada na Bíblia (ignorando que é somente na autoridade da Igreja que nós conhecemos a certeza dos evangelhos, e não outros como verdadeiros). Mas as igrejas protestantes por elas mesmas têm aceitado tais dogmas como a TRINDADE pela qual não há nenhuma autoridade precisa nos evangelhos.” Revista Vida, 30 de outubro de 1950.

 

Exatamente aqui, começa a surgir um grande embaraço para nós. Se de fato concordarmos com a primeira citação (em relação ao domingo que os protestantes prestam homenagem a Igreja Católica), deveremos também concordar com a segunda (de que a Igreja Adventista tem dentro do seu credo uma doutrina católica alheia às Escrituras) como verdadeira. Obviamente, isto só acontecerá se existir um mínimo de honestidade em nosso coração.

 

Não digo isso para trazer constrangimento à Igreja, pois quem criou o embaraço foi a liderança da Igreja que, de forma desonesta, inseriu no seio adventista um doutrina inteiramente católica e inteiramente alheia às Escrituras.

 

Outras citações

 

Afirmações semelhantes devem conduzir-nos a uma profunda reflexão e decisão.

 

“O MISTÉRIO DA TRINDADE é a doutrina central da fé católica. Sobre essa doutrina estão baseados todos os outros ensinos da Igreja.” Manual para o Católico de Hoje, pág. 16.

 

De acordo com o texto acima. Qual é a fonte ou base de todas as doutrinas católicas, às quais denominamos "vinho de Babilônia"? A doutrina da TRINDADE! E a Igreja Adventista tem aceitado tal doutrina em seu credo?

 

Compare por você mesmo o que diz o Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana com o que é declarado nas Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

 

No Catecismo do Católico de Hoje, pág. 12, lemos:

 

“A Igreja estudou este mistério com grande solicitude e, depois de quatro séculos de investigações, decidiu expressar a doutrina deste modo: Na unidade da Divindade há três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – realmente distintas uma da outra. Assim nas palavras do Credo de Atanásio: ‘O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, e no entanto não são três deuses, mas um só Deus’” (Número 1248, da Editora Santuário, Edição 28, 2002.)

 

No Manual da Igreja, pág. 10, lemos:

 

“2. A TRINDADE

“Há um só Deus. Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de Três Pessoas Co-eternas.” 

 

E o livro Nisto Cremos, pág. 42, acrescenta:

 

“Embora a Divindade não seja apenas uma Pessoa, Deus é um em propósito, mente e caráter. Esta unicidade não oblitera as personalidades distintas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Tampouco a existência destas personalidades separadas destrói o conceito monoteísta das Escrituras, de que Pai, Filho e Espírito Santo são um único Deus.” (CPB, 2000).

 

Por outro lado, a Bíblia afirma:

 

Para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” I Coríntios 8:6.

 

Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos.” I Timóteo 2:5-6.

 

Podem mil palavras filosóficas contradizer algo tão claro? Sei que ao ler isto muitos se sentem como os católicos que descobrem um dia que Maria não está no Céu, mas segundo as Escrituras, descansa em uma sepultura aguardando a volta de Jesus. Sentem-se tristes, desapontados e enganados.

 

Foi precisamente assim que me senti quando Deus me revelou esta verdade. Eu sei, não é fácil aceitar isso. Mas é a VERDADE. Continuaremos amando o erro fazendo de conta que a verdade não existe?

 

Leia esta outra citação surpreendente da própria REVISTA ADVENTISTA AMERICANA (Review and Herald), em um artigo escrito pelo pioneiro Tiago White, esposo de Ellen White:

 

“Como erros fundamentais nós poderíamos classificar como este falso sábado [o domingo], outros erros que os protestantes trouxeram da Igreja Católica, como o batismo por aspersão, A TRINDADE, a consciência dos mortos, o tormento eterno. O grupo que abraçou estes erros fundamentais fez isso ignorantemente, mas poderia a Igreja de Cristo levar junto de si estes erros até as cenas do julgamento que há de vir sobre o mundo? Nós acreditamos que não.” Review and Herald, 12 de setembro de 1854. Ênfase acrescentada.

 

Nós acreditamos no ensino do tormento eterno? Claro que não! Isto não é bíblico. Nós acreditamos na imortalidade da alma? Não. Então por que aceitamos a trindade? Como podemos rejeitar os frutos da árvore e aceitar tomar um chá de sua raiz?

 

Notem o que diz o livro Estudos Bíblicos:

 

“No credo do Papa Pio IV, uma autorizada declaração da fé Católica Romana é encontrada no seguinte asserto: ‘Reconheço a Santa Igreja Católica Apostólica como mãe e soberana de todas as igrejas.’ – Artigo 10. Quando as professas igrejas protestantes repudiam o princípio fundamental do protestantismo, pondo de parte a autoridade da Palavra de Deus, aceitando em seu lugar a tradição e especulação humanas, adotaram o princípio fundamental da moderna Babilônia e exige uma proclamação da queda da moderna Babilônia...

“Ainda que muitos líderes do moderno protestantismo, conhecido como altos críticos, não tenham formalmente adotado o credo da Igreja de Roma, e não se tenham tornado parte orgânica desta corporação, mesmo assim pertencem à mesma classe ao rejeitar a autoridade da palavra de Deus, aceitando em seu lugar o produto de suas próprias argumentações. Há tanta apostasia num caso como no outro, e ambos devem ser incluídos, portanto, em Babilônia, e ambos se acharão envolvidos, afinal em sua queda”. Estudos Bíblicos, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí-SP, págs. 213 e 214, artigo A QUEDA DA MODERNA BABILÔNIA.

 

Isso é forte. É uma afirmação contundente. Exige uma proclamação da queda da moderna Babilônia, a qual fazemos prontamente em relação ao “cisco no olho” dos outros e deixamos de fazê-lo quando o “cisco” está no nosso.

 

Com freqüência nós adventistas dizíamos (não pregamos mais): “A igreja fulano é filha de Babilônia porque aceita a doutrina da guarda do domingo em seu credo, e cairá com Babilônia e será grande a sua queda!” Assim, apontávamos o dedo para lá. Só nos esquecemos de uma coisa: "Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem". Esquecemos que o pecado também é nosso e guardamos durante anos esta capa de Acã em nosso meio.

 

Em que estão baseadas as doutrinas do tormento eterno, a consciência dos mortos, a guarda do domingo, a adoração dos mortos e todas as outras doutrinas da Igreja Católica? Na TRINDADE. Esta doutrina faz parte do vinho. Na verdade, segundo a própria Igreja Católica, é a doutrina básica, o vinho mais envelhecido, o mais antigo, ao qual todas as nações pagãs têm bebido ao longo da história.

 

Tiago White faz uma importante pergunta que deveria nortear nosso posicionamento a partir de agora:

 

Pode a Igreja de Cristo levar junto de si estes erros até as cenas do julgamento que há de vir sobre o mundo?

 

Ellen White escreveu:

 

“Triste verdade é que nós, como igreja, temos usado de complacência e tolerância dentro de nossa organização para com certas forças que têm literalmente sabotado os  princípios do adventismo que temos defendido durante anos.” Testemunhos para Igreja, Vol. 5, pág:13, 14.

 

Irmão X


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