Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006
O Espírito Santo
Lição
1 – Personalidade e divindade do Espírito Santo
Quarta, 29/03/2006 – A UNIDADE DE DEUS
UM ALERTA: A
lição de hoje começa querendo “confirmar a
natureza divina do Espírito Santo”. A Bíblia deixa bem
claro que o Espírito Santo é de natureza divina, pois se trata do
Espírito de Deus; assim como o amor de Deus, o poder de Deus, a
glória de Deus, todos são de natureza divina porque são de
Deus e dele procedem. O que não aceitamos de forma alguma é que o
Espírito Santo ou Espírito de Deus seja um Deus pessoal
Um outro texto é apresentado: II Cor. 13:13 (
Assim como em Mat. 28:19, aqui está um outro verso
que apresenta numa mesma estrutura de pensamento: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Porém, a Crítica Textual diz que Mat.
28:19 é um alicerce muito frágil para querer sustentar uma
doutrina. Isto já não acontece com este verso!
Concluímos então que está provado pela
Bíblia que a Trindade é uma doutrina verdadeira? Vamos analisar
este verso mais de perto:
Em primeiro lugar, lembramos que o autor desta despedida
(Paulo) é o mesmo que em uma outra carta dirigida as mesmas pessoas (os
cristãos na cidade de Corinto) escreveu: “Todavia, para
nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e
para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo
qual são todas as coisas, e nós também por ele.”
(I Cor. 8:6); e também é o mesmo em todas suas cartas iniciava
com a saudação: “Graça e paz seja convosco da parte
de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (ver os
primeiros versos de cada carta Paulina). Para o apóstolo Paulo o
Espírito Santo não era um Ser divino e pessoal, pois se pensasse
como os atuais teólogos trinitarianos, sem dúvida o teria
mencionado em todas suas introduções, bem como I Cor. 8:6 seria
considerado um lamentável lapso por parte deste homem inspirado por Deus
(algo inconcebível).
Então como entender II Coríntios 13:13 sem
deturpar os ensinamentos daquele que foi o maior sistematizador de toda
teologia cristã? Vejamos:
No grego a palavra usada para comunhão é
Koinonia; e no verso temos “Koinonia do Espírito Santo”, ou
ainda, “Koinonia provocada pelo Espírito Santo”. Nesta
despedida, o apóstolo Paulo está se referindo aos relacionamentos
básicos na vida de todo cristão: com o Pai, com o Filho, e entre
os crentes ou irmãos de fé. Simples, não?
Nada de forçar Paulo a dizer aquilo que ele nem
sequer passava por sua cabeça. Ele não falou da comunhão
“com” o Deus Pessoal Espírito Santo; simplesmente mencionou
a comunhão “do” Espírito Santo, ou seja, a
comunhão de procedência divina que deve existir entre aqueles que
comungam a mesma fé em Deus e
POLITEÍSMO
Na seqüência o autor da lição vai
tentar explicar que apesar dos “cristãos” admitirem
três Pessoas na Divindade, eles não são politeístas.
De acordo com o dogma católico da Trindade, todos os três
são Deus em sua plenitude, porém não são três
Deuses: o Pai é Deus eterno e soberano, o Filho é Deus eterno e
soberano, o Espírito Santo é Deus eterno e soberano, mas
não são três Deuses eternos e soberanos, e sim um só
Deus eterno e soberano. Uma lógica absurda, incompreensível,
inexplicável e sem qualquer respaldo bíblico.
Como entender o inexplicável? Como explicar aquilo
que a Bíblia não ensina? Bem, foram pedir socorro para
“Ellen White”:
“Como cristãos,
admitimos que existem três Pessoas na Divindade: “são um em
desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa”.
– Ellen G.White, A Ciência do Bom Viver, pág.
Encontramos aqui está a mais desavergonhada
desonestidade intelectual com a intenção de manipular
escancaradamente os leitores.
O texto que utilizaram de Ellen White não fala das
três Pessoas da Divindade, mas somente do relacionamento que existe entre
o Pai e o Filho. Leiam o mesmo texto dentro do seu verdadeiro contexto
(págs.421 e 422):
“As
Escrituras indicam claramente a relação entre Deus e Cristo,
apresentando com igual clareza a personalidade e individualidade de cada
um.”
“A personalidade do Pai e do Filho, bem como a
unidade existente entre Eles, é apresentada no capítulo dezessete
de João, na oração de Cristo por Seus discípulos
(João 17:20-21).”
“A unidade que existe entre Cristo e Seus
discípulos não anula a personalidade de nenhum. São
um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa. É assim que Deus e Cristo são um.”
UM TEXTO FORA DO CONTEXTO É UM PRETESTO!
Chega ser constrangedor ter que se deparar com tão grosseira
e intencional manipulação. Tiraram uma parte do que Ellen White
escreveu e colocaram dentro de um outro contexto para fazer com que os leitores
pensassem que ela estava falando algo que na verdade eles é que
estão dizendo; algo que ela nunca pretendeu falar. Isto é
enganação, desonestidade, manipulação! Dá
vontade de pegar a lição e jogá-la no lixo! Isto nem de
longe é um estudo sério. Lamentável!
Porém o pior ainda está por vir:
“A religião
cristã não é uma crença em três deuses
separados; ao contrário, é uma crença
Sem comentários! Agora, você pode pegar seu
dicionário e jogar no lixo, porque os teólogos adventistas
acabaram de redefinir o termo “politeísmo”.
Vamos avançar...
Como Deus é apresentado por Moisés em Deuteronômio 6:4?
“Ouve, Israel, o
SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR”
“Shema Yisrael, ADONAI
Elohenu, ADONAI Echad”
ADONAI é uma substituição falada ou escrita para o Nome
do Deus eterno (o tetragrama: YHWH), que é impronunciável quando
traduzido e que o verdadeiro judeu não pronuncia ou escreve.
Aqui o autor da lição foi um
pouco mais honesto (porém, não totalmente):
“Ao longo dos séculos, tem havido muito debate entre os eruditos a respeito do significado do plural para Deus, aqui e em outros lugares da Bíblia. Tanto entre os judeus como entre os estudiosos cristãos, muitas explicações foram dadas, além da pluralidade da Divindade. Como crentes na natureza triúna de Deus, podemos ver esse uso como evidência de nossa posição, mas certamente não como prova” (Idem)
Qualquer adventista, antes de
tentar usar o substantivo Elohim que contém em si uma carga de
pluralidade, para encontrar nele qualquer evidência a favor do Dogma da
Trindade, deveria saber que:
“Eloim
inclui a plenitude da Divindade. ‘Seu uso no plural tem levado alguns a
quererem provar com ele a Doutrina da Trindade.’ Sabemos que o plural nas
línguas semíticas servia como uma espécie de superlativo
ou de intensidade. Por exemplo a palavra céu aparecia sempre na forma
plural para designar sua majestade ou extensão. O mesmo acontece com a
palavra mar.” Pedro Apolinário, Apostila sobre as
testemunhas de Jeová e a exegese. São Paulo: I.A.E., 1981.
pág. 62
O renomado professor e
teólogo adventista Pedro Apolinário (meu professor no
teológico), afirma categoricamente que a palavra Elohim
não tem nada a ver com o Dogma da Trindade.
O próprio
Comentário Bíblico Adventista chega à mesma
conclusão nos seguintes termos:
“Al referirse a Dios, se usa el
sustantivo Elohim casi exclusivamente en plural. Algunos han entendido que aqui
se deja traslucir la doctrina de
Como se pode perceber,
até um doutor adventista trinitariano desaconselha a usar a pluralidade
do nome de Deus como qualquer tipo de evidência relacionada com o Dogma da
Trindade.
O que dizem outros especialistas
não adventistas sobre o mesmo assunto?
“A
palavra portuguesa Deus, que tem a mesma na língua latina, representa
alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador. O termo que é de
mais freqüente uso é Elohim, que restritamente falando
é uma forma do plural, derivando-se provavelmente da palavra eloah.
Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único
verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é
o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o
singular.[...] A causa deste estranho uso, de indicar Deus por meio de uma
forma do plural, não se acha determinada; mas pode provavelmente estar
no fato de ter algumas vezes o plural na língua hebraica um sentido
intensivo.” BUCKLAND, Rev.A.R. Dicionário Bíblico
Universal. Rio de Janeiro: Livros Evangélicos, 1957 2ed. p.225.
Acontece que nada
do que lemos acima foi dito na lição. O irmão leigo sem
muitas condições de investigar melhor o assunto por si mesmo,
torna-se uma presa fácil desta estratégia manipuladora e
inescrupulosa.
Para fechar com chave de ouro a lição
conclui:
“Existe
outra evidência bíblica, mais concreta, que confirma nossa
compreensão da natureza de Deus.” (Idem)
Será que amanhã finalmente nos serão apresentadas estas evidências bíblicas a favor do trinitarianismo?