Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006
O Espírito Santo
Lição
10 – Vida pelo Espírito Santo
A lição começa com este texto:
“O
Espírito ‘foi dado como agente de regeneração, sem o
qual o sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido. O poder do
mal se estivera fortalecendo por séculos, e alarmante era a
submissão dos homens a esse cativeiro satânico. Ao pecado só se poderia resistir e
vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Trindade, a qual viria, não com energia modificada, mas na
plenitude do divino poder. É o Espírito que toma eficaz o que foi
realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o
coração é purificado. Por Ele torna-se o crente
participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder
divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o
mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja.’ - Ellen G. White, O Desejado de Todas as
Nações, pág.
É inacreditável que após tantas
advertências e críticas quanto ao fato dos líderes da atual
IASD traduzirem de forma errada e tendenciosa a palavra “Godhead”
(divindade) nos escritos de Ellen White, eles a continuem traduzindo pela
palavra “Trindade”. Está evidente que a
intenção deles é continuar enganando a maioria dos membros
adventistas que simplesmente não terão a
preocupação ou condições de ir no original em
inglês para conferir. Uma grande parte de adventistas acredita hoje,
graças a esta fraude, que Ellen White foi trinitariana porque usou em
seus escritos a palavra “Trindade”.
Veja o texto no livro em inglês:
Godhead se traduz por Divindade e não por
Trindade!
Veja logo abaixo em uma publicação oficial da Conferência Geral o reconhecimento por parte da própria IASD de que “a palavra ‘trindade’ nunca aparece nos escritos de Ellen White” (ver texto grifado em vermelho):
Porém, mesmo na versão em inglês com a palavra original “Godhead”, encontramos uma outra espécie de distorção manipulativa e tendenciosa no texto original escrito por Ellen White.
Perceba que nesta antiga versão do ano de 1900 (quando Ellen White ainda estava viva) a expressão “terceira pessoa” está escrita com letras iniciais minúsculas:
As iniciais maiúsculas foram colocadas neste termo somente na revisão de 1940 (quando Ellen White e a maioria dos pioneiros já haviam morrido).
A intenção fraudulenta dos revisores
está bem clara: Para comprovar que Ellen White cria que a terceira pessoa
é um ser divino
Tradução do
ponto 2:
Que a Divindade, ou Trindade, consiste do Eterno Pai, uma pessoa, um ser
espiritual, onipotente, onipresente, onisciente, infinito em bondade e amor; o
Senhor Jesus Cristo, o Filho do Eterno Pai, através de quem todas as
coisas foram criadas e a salvação das hostes dos redimidos
será realizada; o Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade,
o grande poder regenerador na obra de redenção (Mateus 28:19).
Os Year Books anteriores não falavam nada sobre Trindade:
Tradução do ponto 1: Que existe um só Deus, pessoal, um Ser
Espiritual, o Criador de todas as coisas, Onipotente, Onisciente, e Eterno;
Infinito em conhecimento, santidade, justiça, bondade, verdade e
misericórdia; imutável, e presente em todos os lugares por Seu
representante, o Espírito Santo.
Tradução do ponto 2 Que existe um Senhor, Jesus Cristo, o Filho do
Eterno Pai, o único por quem foram criadas todas as coisas, e por meio
de quem elas existem; que ele tomou a natureza da semente de Abraão para
a redenção de nossa raça caída; que ele residiu
entre os homens, cheio de graça e verdade, viveu nosso exemplo, morreu
nosso sacrifício, foi ressuscitado para nossa justificação,
ascendeu ao alto para ser nosso único mediador no santuário
celestial, onde através dos méritos de seu sangue derramado,
assegurou o perdão e absolvição dos pecados de todos
aqueles que persistentemente se achegam a Ele; e como o encerramento de parte
do seu trabalho de sacerdote, antes de assentar-se em seu trono como Rei, ele
realizará a expiação por todos eles, e todos os pecados
deles cometidos fora do santuário serão apagados (atos 3:19),
como mostrado no serviço do sacerdócio levítico, o qual
apontava e prefigurava o ministério de nosso Senhor no Céu. Veja
Levítico 16; Hebreus 8:4, 5; 9:6, 7.
Existem várias outras citações que
datam do tempo
Mas ainda resta uma questão:
O que ela pretendeu dizer com a expressão
“terceira pessoa da divindade”?
Antes de procurar entender isto, observemos que Ellen
White nesta mesma página 671,
refere-se ao Espírito Santo como “o mais alto dos dons” e também como o próprio
Espírito de Cristo dado como “um poder divino” (e não como uma terceira pessoa).
Não há dúvida que a frase: “Ao
pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa
operação da terceira pessoa da Trindade” soa de forma
estranha e traz consigo o grave problema de minimizar o poder do Pai e do Filho no conflito com
o mal, colocando uma suposta terceira pessoa divina com a plena
onipotência.
Não seria mais lógico pensar que,
após a vitória de Cristo na cruz do Calvário, o
ministério de anjos do bem, sob o comando de Gabriel, bastaria para
neutralizar as ações de Satanás e Seus demônios?
Ellen White em outros textos dá a entender que sim:
“Os anjos de Deus, milhares
de milhares, ... nos guardam do mal, e repelem os poderes das trevas que
nos estão procurando destruir.” A Ciência do Bom Viver,
págs. 253 e 254.
“Anjos de Deus vigiam sobre
nós. Na Terra há milhares e dezenas de milhares de mensageiros
celestes, enviados pelo Pai para impedir Satanás de obter qualquer
vantagem sobre os que se recusam a andar no caminho do mal. E esses anjos,
que guardam os filhos de Deus na Terra, estão
em comunicação com o Pai, no Céu.” Nos
Lugares Celestiais, (Meditações Matinais, 1968), pág.
99.
“Mas um instrumento divino está em ação a fim de
influenciar as mentes a favor da luz. Anjos ministradores oporão seu
poder ao de Satanás. E quando, através da influência do Espírito Santo
a verdade é recebida na mente e no coração, terá
sobre o caráter um poder transformador.” Manuscrito 31,
1890. - O Colportor Evangelista, pág. 115.
“Podemos fazer
esforços em nossas próprias forças, mas sem êxito.
Quando, porém, nos deixamos cair, fracos, carecidos e em dores, sobre a
Rocha que é Cristo, sentindo no íntimo do coração
que nossa vitória depende de Seus méritos, e que todos os nossos
esforços em si mesmos, sem o auxílio especial do maior Vencedor,
de nada adiantarão, então Cristo,
de preferência a nos deixar sucumbir, lá da glória enviaria
todos os anjos para nos salvar do poder do inimigo.” Carta 1b, 1873.
- Para Conhecê-Lo (Meditações Matinais, 1965),
pág. 304.
Não estamos
afirmando aqui que a terceira pessoa da Divindade seja o anjo Gabriel, mas
apenas mencionando que a expressão “Espírito Santo”
pode muito bem incluir, além da ação direta e pessoal do
Pai e do Filho, também a ação direta e pessoal de todas as
potestades celestiais do bem (anjos) enviadas em auxílio daqueles que
irão herdar a salvação.
Sinceramente não sei o que Ellen White estava
querendo dizer quando mencionou a “terceira pessoa da Divindade” e confesso
que este texto me deixa bastante perplexo, mas tenho em mente que os textos
atribuídos a Sra. White não podem contradizer a Bíblia e
se o fizerem, ela própria recomenda que sejam rejeitados.
Jamais podemos esquecer que os escritos de Ellen White
devem ser provados pela Bíblia, e a Bíblia explica-se a si mesma.
Se a Bíblia fala
claramente que “todo aquele que permanece em Deus o Pai não vive
pecando” (I João 3:6), e que “o Filho de Deus se manifestou
para destruir as obras do diabo” (I João 3:8), eu creio que o Pai
e o Filho têm plenas condições de nos dar a vitória
sobre o pecado. É por este motivo que “a nossa comunhão é
com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo” (I João 1:3), e o
exclusivismo de uma suposta terceira pessoa na divindade nesta batalha contra o
pecado está biblicamente descartada.
Um teste simples para você
fazer agora:
Leia o texto abaixo de autoria de Ellen White e tente
completar a parte final pontilhada:
“É-nos
impossível, por nós mesmos, escapar ao abismo do pecado em que
estamos mergulhados. Nosso coração é ímpio, e
não o podemos transformar. ‘Quem do imundo tirará o puro?
Ninguém!’ Jó 14:4. ‘A inclinação da
carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à
lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.’ Rom. 8:7. A
educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço
humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso
são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente
correto, mas não podem mudar o coração; são
incapazes de purificar as fontes da vida. É preciso um poder que opere
interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que os homens possam
substituir o pecado pela santidade. Esse poder é
......................................”
Você possui três alternativas:
( a )
... o Espírito Santo.
( b ) ... a terceira pessoa da Trindade.
( c ) ... Cristo.
Por tudo aquilo que já foi dito, como
você acha que Ellen White terminou este parágrafo?
Resposta
certa:
“Esse poder é Cristo.”
Este
texto está no livro Caminho a Cristo, pág. 18.