Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006

 

O Espírito Santo

 

 

Lição 6 – O Batismo no Espírito Santo

 

 

O comentário da lição desta semana denuncia um GRAVE ERRO tão prejudicial como as heresias trinitarianas espalhadas pelas lições deste trimestre.

 

 

MAIS UMA VEZ A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

 

 

Na lição de 4ª feira (03/05/06) encontramos uma afirmação que, infelizmente, contradiz a afirmação da lição de domingo passado (23/04/06 - ver comentário anterior), e nos mostra o quanto a atual IASD está confusa quanto à essência da Mensagem da Justificação pela Fé:

 

‘Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem’ (Atos 5:32). Como este texto sugere, obediência é um dos pré-requisitos para se receber o Espírito Santo. (pág.72 – negrito acrescentado).

 

No domingo passado o texto enfatizava a graça (e não o esforço humano) como o fator determinante para o cumprimento da promessa do Espírito Santo. Já no texto desta semana a ênfase está na obediência como “um dos pré-requisitos para se receber o Espírito Santo”.

 

Graça ou Obediência?

 

Se precisamos primeiro obedecer (“pré-requisito”) para então só depois recebermos a promessa de Deus em nos outorgar o Espírito Santo, então o cumprimento desta promessa em nossa vida não é um ato da graça de Deus, mas sim algo que conquistamos por merecimento (“obediência”).

 

Se o Espírito de Deus é quem nos convence do pecado, nos leva ao arrependimento e nos faz renascer como novas criaturas em Cristo, e este mesmo Espírito só nos é outorgado após uma resposta de obediência de nossa parte, então, em última análise, estamos concluindo que a salvação não é um ato da graça de Deus, e sim uma conseqüência de nosso esforço para obedecer (salvação pelas obras).

 

Mas não é isso que diz a Palavra de Deus:

 

Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é um dom de Deus – não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:8-10).

 

A verdadeira obediência motivada pelo amor é conseqüência da operação da graça de Deus. Assim como afirmamos que obedecemos, não para sermos salvos, mas porque já fomos salvos pela graça de Deus, também deveríamos afirmar que obedecemos, não para receber o Espírito Santo, mas porque Deus já no-lo outorgou pela Sua graça.

 

Se sabeis que Ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.” (I João 2:29)

 

É neste sentido, da causa (Graça) para o efeito (Obediência), que deveríamos compreender Atos 5:32:

 

Nós somos testemunhas destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.

 

Em harmonia com a mensagem bíblica central da Justificação pela Fé este verso não está afirmando que temos que obedecer para então recebermos o Espírito Santo, mas simplesmente afirmando que aqueles que obedecem, o fazem porque já receberam o receberam como um dom da graça de Deus:

 

E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus nele. E nisto conhecemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.” (I João 3:24).

 

Curiosamente a lição de 5ª feira (04/05/06) destaca a graça de Deus que conduz à obediência, contradizendo a infeliz frase da lição de 4ª feira:

 

Como vimos ontem, os que se rendem à influência do Espírito Santo serão levados ao que Paulo chama de ‘obediência por fé’ (Rom. 16:26).” (pág. 73).

 

Acontece que “ontem” a lição afirmava que a “obediência é um pré-requisito para se receber o Espírito Santo”, e não que o Espírito de Deus é quem nos leva para a verdadeira obediência (“obediência por fé”).

 

Ainda bem que para a legalista frase de 4ª feira, temos na lição de 5ª feira o antídoto bíblico que a anula:

 

Que repreensão Paulo dirigiu aos gálatas? Qual é a relação entre Espírito, obediência e fé? Gal. 3:1-11 (idem).

 

Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão. Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.

 

É um pensamento central dessa verdade que não há nenhum trabalho que qualquer ser humano possa fazer, até mesmo as obras da lei, que possa expiar seus pecados e trazer perdão ... Deste modo, o próprio Espírito Santo, que nos guia em direção à obediência, é o mesmo que nos ajuda a entender a grande verdade da salvação somente pela fé.” (idem).

 

... Paulo relaciona muito de perto a vinda do Espírito Santo ao povo com a sua fé, em lugar de suas obras da lei.” (idem).

 

A lição de 5ª feira termina com a pergunta:

 

Quais são algumas das armadilhas sutis de legalismo em que podemos cair facilmente? Como podemos nos proteger dessas armadilhas?” (idem).

 

Algumas das armadilhas sutis de legalismo são frases como a da lição de 4ª feira.

 

Podemos nos proteger adotando a mesma postura dos bereanos:

 

Ora, estes [judeus de Beréia] foram mais nobres do que os de Tessalônica, pois de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (Atos 17:11).

 

 

“A VERDADE NÃO TEME INVESTIGAÇÃO”

 

 

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