Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006
O Espírito Santo
Lição
5 – O cumprimento da Promessa
Como você já sabe, este não é um comentário tradicional da Lição da Escola Sabatina que analisará o tema ponto a ponto. Nossa intenção prioritária é servir de alerta denunciando desvirtuamentos da verdade bíblica tal como criam os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por este motivo, pouco temos que comentar sobre a lição desta semana:
1 –
JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
O derramamento do Espírito Santo no dia de
Pentecoste foi o cumprimento de uma promessa com ênfase na graça e
no poder daquele que a fez, ou foi conseqüência da obediência
e preparo realizado pelos que a receberam?
A Lição de domingo (23/04/06) que fala da
“Fé e a Promessa”
apresenta um pensamento muito coerente com a verdade bíblica da
Justificação pela Fé:
“A
ênfase na ordem para ‘esperar’ ou ‘assentar-se’
está no cumprimento da promessa de Deus em seu devido tempo. A espera em
si não traria o Espírito. A palavra traduzida como
‘promessa’ - epaggelia
- como é usada em outras partes do Novo Testamento, enfatiza a
graça de Deus em lugar do esforço humano. É dom de Deus,
recebido pela fé.”
“Naturalmente, a fé também
é um dom de Deus (Efés. 2:8)...” (pág.56).
Este pensamento também está coerente com
aquilo que os pastores Jones e Waggoner apresentaram na
Assembléia de Mineápolis em 1888, devidamente apoiados por Ellen
White como “mensageiros escolhidos pelo Senhor” com uma
mensagem que “em Sua grande misericórdia enviou o Senhor”
(T.M. 91) ao Seu povo:
“O concerto e a promessa
de Deus são uma e a mesma coisa... Os concertos de Deus com o homem
não podem ser outra coisa que promessas feitas ao homem... Depois do
dilúvio, Deus fez um concerto com todo ser vivente da terra: aves,
animais, e toda besta. Nenhum deles prometeu nada em troca (Gên.
9:9-16). Simplesmente receberam o favor das mãos de Deus. Isto é
tudo que podemos fazer: receber. Deus nos promete tudo aquilo que necessitamos,
e mais do que podemos pedir ou imaginar, como um dom. Damos tudo a Ele, ou
seja, não Lhe damos nada. Ele nos dá a Si mesmo, ou seja,
dá-nos isso tudo. O que complica o assunto é que, embora o homem
esteja disposto a reconhecer ao Senhor em tudo, empenha-se em negociar com Ele.
Quer elevar-se até um plano de semelhança com Deus, e efetuar uma
transação de igual a igual com Ele.” (Waggoner, As Boas Novas.
Gálatas, versículo a versículo, págs. 85 e 86).
“Não são
vocês os que têm que efetuar aquilo que [o Senhor] quer; mas:
‘a Minha palavra... fará o que Me apraz’ (Isa. 55:11).
Não se espera que leiam ou ouçam a Palavra de Deus, e Lhe digam:
‘tenho que cumpri-la’; ‘farei isto’. Abram seus
corações à Palavra, a fim de que possa cumprir a vontade
de Deus
Diante de uma
promessa do Deus Todo-Poderoso o que pode fazer o homem para que ela se cumpra?
Deus prometeu, através do profeta Moisés,
livrar o povo de Israel do Egito; o que então deveria fazer aqueles que
receberam a promessa?
“Não temais. Estai
quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará ... O Senhor
pelejará por vós, e vós vos calareis.” (Êxo. 14:13-14).
Deus prometeu, através do profeta Jaaziel, livrar o
povo de Judá das mãos dos seus inimigos; o que então
deveria fazer aqueles que receberam a promessa?
“Não temais, nem
vos assusteis por causa desta grande multidão. Pois a peleja não
é vossa, mas de Deus ... Nesta batalha não tereis de pelejar.
Parai, estai em pé, e vede a salvação do Senhor para
convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos
assusteis. Amanhã sai-lhes ao encontro, e o Senhor será convosco.” (II Crôn. 20:15 e
17).
Portanto, quando Deus faz uma promessa para nós,
tudo que precisamos “fazer” é descansar em plena
confiança nAquele que a fez sabendo que Ele é poderoso e
plenamente capaz de cumprir tudo aquilo que promete.
Caso você ainda não tenha estudado a mensagem
da Justificação pela Fé da maneira como foi apresentada a
nossa igreja em 1888 (e infelizmente rejeitada), deverá estar se
perguntando: E a obediência? Não estão as promessas de Deus
condicionadas a obediência daquele que as recebe?
É exatamente neste ponto que a Lição
de segunda-feira (24/04/06) sob o título “Espera como preparação” pode vir a ser mal
interpretada. Alguns podem ler a frase: “Dificilmente se pode esperar que se cumpra as promessas aos que
desobedecem a Deus”, e juntar com o último parágrafo
que fala da promessa sendo cumprida após os discípulos terem
resolvido as diferenças entre eles, e querer concluir que o cumprimento
da promessa foi uma recompensa por terem os discípulos se
esforçado em obedecer a ordem de Jesus (permanecer em Jerusalém e
esperar).
Concluir desta maneira
é desviar o foco da graça para o esforço humano. A
obediência dos discípulos deve ser vista como uma
conseqüência da graça de Deus em fazer-lhes a promessa, e
não o cumprimento da promessa deve ser visto como
conseqüência deles terem obedecido.
A diferença é muito sutil, porém
vital para compreendermos corretamente a mensagem da Justificação
pela Fé.
Muito mais pode ser dito sobre o assunto, porém
iremos nos distanciar do foco central da lição. Caso se interesse
pelo assunto e esteja querendo se aprofundar, segue abaixo dois links:
http://br.geocities.com/reexaminado1888
http://www.libros1888.com (em espanhol)
2 – OS
DISCÍPULOS CRIAM NUM DEUS TRIÚNO?
Os doutores da atual IASD, querendo justificar e explicar
o fato dos pioneiros da Igreja Adventista não crerem na Trindade e
até escreverem contra ela, afirmam que eles eram
“semi-arianos” e não tinham conhecimento pleno da verdade.
Muito embora esta afirmação seja desconcertante, pois nos leva a
concluir que a Igreja Adventista só acabou descobrindo “a verdade
da Trindade” cerca de 1500 anos depois que a Igreja Católica a
havia descoberto; não iremos nos deter neste ponto. O que queremos saber
é se os discípulos de Jesus nos primórdios da Igreja
Cristã (1º século d.C.) eram trinitarianos como a atual
IASD.
A lição desta semana apresenta um verso
esclarecedor com respeito a esta pergunta:
“A este Jesus Deus
ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois,
à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vedes e
ouvis.” (Atos
2:32 e 33).
Bem, caso Pedro, que falou as palavras acima, tenha sido
trinitariano, cometeu uma tremenda “gafe” ao referir-se ao Deus
Espírito Santo como “isto”.
Será que os teólogos da atual IASD
irão querer explicar esta forma irreverente de Pedro referir-se a um
Deus Eterno, Onipotente e Onisciente (o Deus Espírito Santo), dizendo
que ele também não conhecia a verdade do Deus triúno? Onde
fica então a inspiração deste escritor bíblico? O
Espírito Santo que inspirou os profetas (II Pedro 1:21) permitiu que
Pedro escrevesse algo que nos induziria ao erro quanto à divindade?
E o pior: Possuem os teólogos que descobriram a
“doutrina” da Trindade e a trouxeram para a igreja Adventista uma
inspiração superior a de Pedro (e demais profetas
bíblicos) a ponto de corrigir e reinterpretar aquilo que escreveram
inspirados pelo Espírito de Deus?