B) O Espírito Santo é uma Pessoa (2)

B) O Espírito Santo é uma Pessoa (2)

 

Outra citação comumente mal interpretada e analisada fora do seu contexto para dar a parecer que Ellen G. White cria na Trindade, é também encontrada no livro “Evangelism”. Quando lida da forma que está apresentada no livro, ela nos dá a clara impressão de que Ellen G. White está afirmando que o Espírito Santo é uma pessoa, apoiando o conceito de que Ellen G. White teria crido na Trindade. Entretanto, quando acrescentamos o texto do original que está substituído por reticências (...) no livro “Evangelism”, verificamos que o Ellen G. White não estava de maneira alguma afirmando que o Espírito Santo era uma pessoa diferente de Deus Pai e Jesus Cristo. Apresentamos esta citação abaixo:

 

(as sentenças que estão sublinhadas abaixo não aparecem no texto do livro “Evangelism”)

 

O Espírito Santo é uma pessoa; pois dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Uma vez dado este testemunho, traz consigo mesmo sua própria evidência. Em tais ocasiões acreditamos e estamos certos de que somos filhos de Deus. Que forte evidência do poder da verdade nós podemos dar aos crentes e não crentes quando nós podemos dizer as palavras de João, ‘Nós temos conhecido e crido no amor que Deus tem por nós. Deus é amor; e aquele que está em amor, está em Deus, e Deus nele.’

O Espírito Santo tem uma personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve também ser uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus. ‘Por que , qual dos homens sabes as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus’.”

MS 20, 1906. Evangelism págs. 616, 617.

 

Note porque Ellen G. White afirma que o Espírito Santo é uma pessoa: “porque ele testemunha com nosso espírito que nós somos filhos de Deus”. De quem nós somos filhos? Somos nós filhos de uma força impessoal, um vapor ou uma influência? Não, de maneira nenhuma! Nós somos filhos de um Deus pessoal. Se Deus, o Pai não era um ser pessoal, mas apenas um Espírito; se Seu Espírito não tem personalidade, sendo meramente uma força ou poder impessoal, então ele não poderia testemunhar “com” nosso espírito e “para” nosso espírito de que somos filhos de Deus.

 

Qual é o contexto da citação acima? O testemunho acima era uma advertência contra os ensinamentos panteístas do Dr. Kellogs de que o Espírito Santo habita em cada criatura viva, como uma essência viva, relegando assim o Espírito de Deus a uma mera força intangível. A ênfase de Ellen G. White sobre a personalidade do Espírito Santo na citação acima foi para contra-atacar a ênfase dada por Kellogs na não-personalidade do Espírito Santo de Deus, e por conseqüência de Deus mesmo. Ellen G. White cria no Espírito Santo como sendo o Espírito de Deus, não uma pessoa separada de Deus. Perceba isto nas citações abaixo:

 

Dando-nos Seu Espírito, Deus dá-nos a Si mesmo, fazendo-se uma fonte de influências divinas, para dar saúde e vida ao mundo.

Testimonies, Vol. 7, pág. 273

 

O maravilhoso poder que opera através de toda a natureza e mantém todas as coisas não é, como alguns homens da ciência afirmam, meramente um princípio ou uma energia atuante. Deus [o Pai – João 4:24] é Espírito; ainda assim Ele é um ser pessoal, porque o homem foi feito a sua imagem. Como um ser pessoal Deus revelou a Si mesmo em Seu Filho... A grandeza de Deus é incompreensível para nós. ‘O trono de Deus está no céu;’ (Salmos 11:4) mas pelo Seu Espírito Ele é onipresente. Ele possui um íntimo conhecimento e um interesse pessoal em todas as obras das suas mãos...

 

Um princípio intangível, uma essencial impessoal e abstrata, não pode satisfazer as necessidades e desejos dos seres humanos nesta vida de sofrimentos e pecado, pranto e dor.

Education, págs. 132, 133

 

Ellen G. White também cria e afirmava que somente Jesus poderia perscrutar os segredos de Deus. A citação abaixo, escrita por sua própria pena, prova isto:

 

Deus informou a Satanás que apenas a Seu Filho Ele revelaria Seus propósitos secretos, e que requeria de toda a família celestial, mesmo Satanás, que lhe rendessem implícita e inquestionável obediência; mas que ele (Satanás), tinha provado ser indigno de ter um lugar no Céu.

História da Redenção, pág. 18

 

Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai - um na natureza, no caráter e no propósito - o único Ser em todo o Universo que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus.

O Grande Conflito, pág. 493

 

Segundo Ellen G. White, Deus deixou claro para Satanás que somente Jesus Cristo perscrutaria Seus segredos. Deus, o Ser que nunca muda, disse a Satanás que o perscrutar os segredos que jaziam ocultos em Sua mente seria uma prerrogativa somente de Cristo. Assim, Ellen G. White, mensageira do Senhor, não poderia em nenhuma citação contradizer o que Deus havia afirmado. Isto mostra que, para entender que na citação do livro “Evangelism” Ellen G. White estava colocando o Espírito Santo como uma pessoa divina diferente do Pai e do Filho, temos que desconsiderar todo o contexto histórico e mesmo do próprio texto, bem como uma série de outros textos nos quais ela demonstra que não cria desta forma.

 


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