Comentário da lição da Escola Sabatina do 3º Trimestre de 2006

 

O EVANGELHO, 1844 E O JUÍZO

 

 

RESPOSTAS A CRÍTICAS E OBJEÇÕES - 3

 

 

Ainda com respeito ao Chifre Pequeno de Daniel 8, um colaborador nos enviou o seguinte comentário:

 

Analisando os seus comentários sobre a origem do chifre pequeno, creio que a vossa interpretação de que ele saiu de um dos quatro ventos é a mais correta.

 

Por que penso assim? 

 

Simples: Nós adventistas temos o entendimento de que: 

 

Águas significam - Povos

Animal - Reinos

Chifres - Reis ou Reinos

Ventos - Guerras

 

Veja que Roma não surgiu de um outro reino, como aconteceu com  os Medo-Persas, a Grécia, e as nações da Europa, mas sim de conquistas através de guerras ocorridas em uma determinada região geográfica, ou seja, em um dos 4 ventos.

 

O irmão que possui mais conhecimento e subsídios do que nós, poderia analisar esta alternativa. Creio que ela reforça o vosso pensamento sobre o chifre pequeno ter saído de um dos ventos.

 

O entendimento da palavra “ventos” na Bíblia simbolizando conflitos e guerras pode ser verificado nos versos abaixo:

 

Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; farei vir sobre os elamitas o mal, o brasume da minha ira, diz o SENHOR; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los.” Jer. 49:36 e 37

 

Porque semeiam ventos e segarão tormentas; não haverá seara; a erva não dará farinha; e, se a der, comê-la-ão os estrangeiros.” Ose. 8:7.

 

No entanto, a palavra “ventos” antecedida pelo numeral “quatro” parece mais indicar pontos geográficos:

 

Os porteiros estavam aos quatro ventos: ao oriente, ao ocidente, ao norte e ao sul.” I Cron. 9:24

 

Porém, é notório que mesmo indicando referências geográficas, a palavra “ventos” aparece repetidamente vinculada a um contexto de conflito e guerra:

 

Portanto, os pais devorarão a seus filhos no meio de ti, e os filhos devorarão a seus pais; executarei em ti juízos e tudo o que restar de ti espalharei a todos os ventos.” Ezeq. 5:10

 

Uma terça parte de ti morrerá de peste e será consumida de fome no meio de ti; outra terça parte cairá à espada em redor de ti; e a outra terça parte espalharei a todos os ventos e desembainharei a espada atrás dela.” Ezeq. 5:12

 

Todos os seus fugitivos, com todas as suas tropas, cairão à espada, e os que restarem serão espalhados a todos os ventos; e sabereis que eu, o SENHOR, o disse.” Ezeq. 17:21

 

Levando em consideração a argumentação de nosso colaborador, é fato de que o império romano nasceu e se desenvolveu em meio a guerras. As narrativas históricas abaixo confirmam isto:

 

Origens de Roma: explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C.)

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica : gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris.

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.

Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.”

(Fonte: http://www.suapesquisa.com/imperioromano/)

 

“O surgimento do Império vem como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.. Segundo alguns historiadores, a população sob o domínio de Roma aumentou de 4 milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma teve o seu poder ampliado nesse período, de 1.5% da população mundial, para 25%. Nos últimos anos do século II a.C., Gaius Marius transforma o Exército Romano num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião é declarada ao general que a lidera e não à sua pátria. Este facto, combinado com as numerosas guerras que Roma travou nos finais da República (Invasão dos Cimbros e Teutões, Guerras contra Mitridates, rei do Ponto, entre outras, a culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o surgimento de uma série de líderes militares (Sulla, Pompeu, Júlio César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder político.”

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romano#O_princ.C3.ADpio_do_Imp.C3.A9rio)

 

No entanto, devemos levar em consideração que todos os impérios mundiais que precederam Babilônia também se valeram das guerras de conquista para se estabelecerem. O império Medo-Persa avançou pela força da guerra e conquistou a cidade de Babilônia na vatídica noite de 12 de outubro de 539 a.C.; a Grécia com seu notável general Alexandre o grande conquistou através das guerras cada uma das partes do império medo-persa, expandindo suas fronteiras para muito além; e na seqüência o próprio império romano também cresce e expande-se por meio de sucessivas guerras, pois não tinha como ser diferente. Os próprios 10 chifres na cabeça do quarto animal de Daniel 7 simbolizando os povos bárbaros, também se valeram das guerras para avançar sobre o império romano, enfraquecendo-o e finalmente dividindo-o.

 

O que posso concluir de tudo isto é que a linguagem profética é muito ampla e extremamente significativa, onde cada símbolo pode encontrar na Bíblia uma multiplicidade se significados que se complementam, ampliando nosso entendimento e certeza. Não estou com isto defendendo o pluralismo de significados antagônicos, pois entendo que os símbolos proféticos corretamente interpretados a luz da própria Escritura jamais podem se contradizer.

 

 

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