Comentário da lição da Escola Sabatina
do 3º Trimestre de 2006
O EVANGELHO, E O JUÍZO
LIÇÃO 13 – O Evangelho e o Juízo
Vamos novamente resumir as importantes conclusões que já chegamos até aqui,
acrescentando as descobertas da lição anterior:
1-
O livro de Daniel
foi escrito por volta do 6º século a.C. durante os impérios neo-babilônico e
medo-persa.
2-
O princípio
dia/ano é a chave para a interpretação das profecias de tempo contidas neste
livro.
3-
Existe um
paralelismo inquestionável entre as visões dos capítulos 2, 7 e 8.
4-
O poder
simbolizado pelo chifre pequeno em Daniel 7 encontra seu paralelo de ênfase e
ampliação no chifre pequeno de Daniel 8.
5-
O quarto poder
que surge após o império macedônico e antes do estabelecimento do reino eterno
de Deus, é o poder romano em suas fases pagã e cristã.
6-
Daniel 9 deve ser
entendido como uma explicação à parte da visão do capítulo 8 que Daniel não
entendeu.
7-
O cumprimento da
promessa messiânica no ministério e morte de Jesus Cristo, o Filho de Deus,
conforme profetizado no capítulo 9, estabelece com precisão uma base sólida e
segura para a interpretação das visões anteriores.
8-
A dedução de que
o período de tempo do capítulo 8 (2.300 tardes e manhãs) tem o mesmo início
daquele do capítulo 9 (70 semanas), é uma conclusão coerente com todo o
conjunto profético de Daniel.
9-
De acordo com o
paralelismo entre as profecias de Daniel, o Tribunal Celestial do capítulo 7
corresponde à Purificação do Santuário do capítulo 8.
10-
A Purificação do
Santuário de Daniel 8:14 encontra a sua plenitude de significados e abrangência
na comparação com o Dia da Expiação no livro de Levíticos e as referências ao
Santuário Celestial no livro de Hebreus.
A
lição desta semana analisou a relação entre o Evangelho e o Juízo. Os Adventistas do Sétimo Dia dão uma atenção
muito especial às três mensagens angélicas de Apocalipse 14, acreditando ser
elas as últimas mensagens de misericórdia que o mundo prestes a perecer ouvirá.
É exatamente na primeira mensagem que fica mais que evidente a íntima relação entre
o Evangelho (as boas notícias) e o juízo que se inicia:
“Vi um anjo
voando pelo meio do céu, tendo um EVANGELHO
ETERNO para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e
tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe
gloria, porque é chegada a hora do seu JUÍZO.
E adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar, e as fontes das águas.”
Apoc. 14:6 e 7.
Para
entendermos um pouco melhor a relação entre as maravilhosas boas notícias e o início
do julgamento no tribunal celestial, permita-me ilustrar:
Imagine que você tenha
cometido um grave delito pelo qual tenha sido processado e condenado a pagar
uma pesada multa. O valor é realmente muito alto e você entende que nem que
vivesse mil anos só trabalhando para pagar esta multa, jamais conseguiria
quitá-la. Você chega à conclusão que está perdido, pois ou paga a dívida ou
morre. Porém, surge alguém com a notícia que apareceu uma pessoa extremamente
rica, que tem por você uma enorme consideração e estima, e se ofereceu para
quitar toda a dívida no seu lugar.
Você quase não pode se
conter de tanta felicidade. Que maravilhosa boa notícia é esta que acabaram de
te dar! A dívida é paga e você não deve mais nada. Sua única dívida é agora o
amor e gratidão que sente por aquele que sem você pedir e sem você merecer
quitou até o último centavo tudo o que você devia. Ainda mais porque você ficou
sabendo que para esta pessoa poder conseguir pagar esta sua dívida ela precisou
dispor de tudo o que possuía de mais caro e precioso, tornando-se pobre só para
te ajudar. “Que pessoa extraordinária é esta!” – você declara por todos os
cantos – “Vou amá-la e servi-la enquanto viver!”.
Porém nem tudo é um mar de
rosas. O seu inimigo que moveu o processo contra você, não se dá por vencido, e
mesmo tendo sua dívida sido 100% quitada, ele continua a te perseguir e
ameaçar. Como se não bastasse, ele ainda espalhou por todos os lados que você
não presta, que sua dívida não foi paga coisa nenhuma e que por isso precisa
morrer. Você tenta explicar para seus amigos que sua dívida já foi paga e que
você não deve mais nada, mas são suas palavras contra a dele. Você se sente
humilhado e arrasado! Você então resolve contratar um advogado para que o
defenda das calúnias e difamações. Bem neste exato momento em que pensa
procurar um advogado, eis que bate a porta aquele seu amigo que lhe quitou a
dívida. Para sua surpresa, Ele lhe informa que já está sabendo de tudo, e se
oferece para ser o seu advogado. Você nem pode acreditar no que os seus ouvidos
acabaram de ouvir, pois já havia sido informado que ele era o melhor advogado
do planeta, especializado neste tipo de processo, e mais, que nunca havia
perdido uma causa sequer.
O dia do julgamento é
marcado e você começa a sentir uma certa ansiedade. Você sabe que a dívida
realmente já foi paga (causa ganha), sabe também que o advogado é o melhor que
existe, mas e o juiz? Será que ele será justo no julgamento? E se o seu inimigo
suborná-lo para que você perca? Não se contendo de ansiedade, você procura seu
grande amigo e advogado para conversar sobre o assunto. Você expõe seus temores
e seu amigo ouve tudo com grande atenção e consideração. Quando termina de
falar, seu amigo calmamente lhe diz: “Não se preocupe quanto ao juiz, pois ele
é o meu pai. Ele confia tanto em mim que praticamente não será ele que o estará
julgando, mas será como se ele conferisse a mim todo o juízo. Em outras
palavras: meu pai é o juiz, porém o seu veredicto final será aquilo que eu lhe
recomendar. Naquele dia você terá na sala do tribunal a mim como seu penhor,
pois fui eu que paguei sua dívida; como seu advogado de defesa; e também como
aquele que o estará julgando e dando o veredicto final. Você está ainda
preocupado com o dia do julgamento?”.
Agora
eu pergunto para você: No lugar do nosso personagem acima, como você encararia
a aproximação do dia do julgamento? Não seria este dia aguardado por você com
tremenda alegria como o dia em que finalmente sua causa seria vindicada e
cessada as acusações de seu inimigo? A notícia de que começou este julgamento
não seria uma maravilhosa boa notícia a soar como música em seus ouvidos?
É
desta maneira que Deus quer que os seus filhos se sintam quanto à chegada do
dia do juízo: UMA MARAVILHOSA BOA NOTÍCIA! E é exatamente isto que precisamos
anunciar para este mundo: “CHEGOU O DIA DE DEUS JULGAR FAVORAVELMENTE O NOSSO
CASO!”.
Eis
aqui alguns textos da Bíblia que mostram Jesus como o nosso penhor, advogado e
juiz:
Penhor |
Advogado |
Juiz |
Romanos 5:6-10 |
I Timóteo 2:5 |
João 5:22 |
I Coríntios 15:3 |
Hebreus 7:25 (Intercessor) |
Atos 17:30-31 |
II Coríntios 5:14 |
Romanos 8:34 (Intercessor) |
Romanos 2:16 |
I Tessalonicenses 5:9-10 |
I João 2:1 (Mediador) |
II Coríntios 5:10 |
I João 4:10 |
|
II Timóteo 4:8 |
A última
mensagem que este mundo ouvirá antes de Jesus regressar serão as Boas Novas de
que o juízo em nosso favor, e para o nosso benefício e salvação eterna, já
começou:
“Várias pessoas me têm escrito, indagando se a mensagem de justificação pela fé [de 1888] é a mensagem do terceiro
anjo, e tenho respondido: ‘É a mensagem do terceiro anjo em verdade.’” (RH, 1º
de abril de 1890).
“Há somente alguns poucos,
mesmo daqueles que reivindicam crer, que entendem a terceira mensagem angélica;
contudo esta é a mensagem para este tempo. É a verdade presente. Mas quão
poucos assumem esta mensagem em seu verdadeiro peso e a apresentam ao povo em
seu poder. Com muitos tem somente pequena força. Disse-me o meu guia: ‘Há muita luz ainda para brilhar da lei de
Deus e do evangelho da justificação. Esta mensagem entendida em seu
verdadeiro caráter, e proclamada no Espírito, iluminará a terra com a sua
glória.’” (Ms 15, 1888; Olson, p.
296).
“O alto clamor da terceira mensagem angélica já
começou na revelação da justiça de
Cristo, o Redentor que perdoa o pecado. Este é o começo da luz do anjo cuja
glória encherá a terra inteira.” (RH, 22 de novembro de 1892).
“O que é justificação pela fé? – É a obra de Deus em lançar a glória do
homem no pó e fazer pelo homem aquilo
que ele por si mesmo não pode fazer.” (TM 456).
O
mundo precisa saber que vivemos hoje o grande dia do perdão (Yon Kippur).