Comentário da lição da Escola Sabatina do 3º Trimestre de 2006

 

O EVANGELHO, 1844 E O JUÍZO

 

 

LIÇÃO 8 – 1844 SIMPLIFICADO

 

 

Esta semana estudamos a septuagéssima semana de Daniel 9 e o vínculo entre a profecia das Setenta Semanas e o dilema das 2.300 tardes e manhãs de Dan. 8:14.

 

 

O que aconteceria depois do período de 62 semanas?

 

 

O verso 26 de Daniel 9 informa que após o período de 62 semanas, o Ungido seria cortado:

 

Depois das sessenta e duas semanas será cortado o Ungido (o Messias; o Cristo), e não será mais (ou como traz outras versões: não por si mesmo)”.

 

Esta palavra “cortado” nos leva até Isaías 53:8:

 

Pela opressão e pelo juízo foi tirado. E quem pode falar de sua linhagem? Pois foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

 

Neste mesmo capítulo de Isaías encontramos a verdade de que sua morte não seria por sua própria causa (“não por si mesmo”):

 

Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Isa. 53:5.

 

Embora Daniel 9:26 tenha mencionado o evento mais significativo das setenta semanas, a morte do Messias ou Cristo (Ungido), é em Daniel 9:27 que encontramos a revelação do tempo em que isto ocorreria:

 

Ele confirmará uma aliança com muitos por uma semana, mas na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais.

 

Quem confirmaria a aliança com muitos por uma semana?

 

Alguns entendem que o pronome “ele” do verso 27 refere-se ao príncipe do verso 26 que viria e destruiria a cidade e o santuário. Esta interpretação não faz muito sentido, uma vez que está muito claro no verso 24 que as setenta semanas estão determinadas (separadas) por Deus para o povo da aliança (os judeus). Como no verso 27 fala da confirmação da aliança na última das semanas, é natural que entendamos que aquele que confirma esta semana é o mesmo que separou todas as setenta semanas, ou seja, Deus mediante o ministério do Ungido (mencionado repetidamente nos versos 25 e 26).

 

à Para mais informações sobre a quem se refere o “Ele” de Dan. 9:27 acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_10.htm

 

à Para mais informações sobre a palavra “aliança” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_11.htm

 

A primeira metade da última semana, que iniciou em 26/27 d.C. com o batismo de Jesus e sua conseqüente unção para o ministério divino que veio realizar (Lucas 4:18-19), indica que os “muitos” com quem seria confirmada esta aliança são os judeus que aceitaram a Jesus como o Messias da promessa.

 

à Para mais informações sobre a palavra “muitos” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_12.htm

 

Na seqüência a profecia diz que na metade desta semana o serviço cerimonial do santuário seria cessado ou interrompido. Se somarmos mais 3 anos e meio (metade da semana profética) ao início desta semana (26/27 d.C.) chegaremos ao ano de 30/31 d.C., o ano em que Cristo Jesus foi morto numa cruz.

 

Vamos agora relacionar os fatos: no verso 26 é dito que o Messias seria cortado (morto), e no verso 27 é fornecido tempo em que deveriam cessar os serviços do santuário. A pergunta que fazemos é: Quando Cristo morreu os serviços do santuário foram interrompidos? Um historiador diria que “Não!” Os serviços do santuário só foram interrompidos no ano 70 d.C. na destruição de Jerusalém pelos romanos”. Mas o que diz a Bíblia?

 

E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. Nesse instante o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. Tremeu a terra, e fenderam-se as rochas.” Mateus 27:50-51.

 

Lemos que foi por ocasião da morte de Cristo que o véu que separava o lugar santo do santíssimo foi rasgado de alto a baixo. Neste ponto todos os evangélicos concordam que este miraculoso acontecimento foi o sinal dado por Deus de que a sombra (os cerimoniais do santuário que apontavam para Cristo) havia encontrado sua realidade (o próprio Cristo), e de que a partir daquele momento não seria mais necessário se repetir continuamente os rituais de sacrifício de animais, pois o único e verdadeiro Cordeiro de Deus havia realizado de uma vez por todas o único e verdadeiro sacrifício (para onde todos os demais realizados com animais apontavam).

 

à Para mais informações sobre o “cessar sacrifícios e ofertas” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_14.htm

 

Como pudemos ver a profecia das setenta semanas é precisa em seu cumprimento indicando o início e o fim do ministério terrestre do Messias. Foi com respeito a este cumprimento de tempo profético que Jesus várias vezes se referiu:

 

O meu tempo ainda não chegou; o vosso porém, sempre está pronto.” João 7:6.

 

Subi vós à festa. Por enquanto não subo a esta festa, porque o meu tempo ainda não chegou.” João 7:8.

 

Então procuravam prendê-lo, mas ninguém pôs a mão nele, porque a sua hora ainda não tinha chegado.” João 7:30.

 

Ele disse estas palavras ensinando na área do templo no lugar do gazofilácio. Contudo, ninguém o prendeu, porque a sua hora ainda não tinha chegado.” João 8:20.

 

Jesus respondeu: É chegada a hora em que o Filho do homem será glorificado.” João 12:23.

 

Agora o meu coração está angustiado, e que direi? Pai, salva-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim.” João 12:27.

 

Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que a sua hora de passar deste mundo para o Pai já tinha chegado, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.” João 13:1.

 

Tendo dito estas coisas, Jesus levantou os olhos ao céu, e disse: Pai, é chegada a hora. Glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti.” João 17:1.

 

à Para mais informações sobre a morte do Messias na “metade da semana” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_15.htm

 

Resta-nos agora calcularmos o fim das setenta semanas e verificarmos porque o tempo separado para o povo da aliança encerrou-se ali. Todos nós já fizemos as contas e sabemos que as setenta semanas terminaram no ano 33/34 d.C..

 

O que aconteceu por volta desta data?

 

Um pouco antes de Jesus voltar para o céu, orientou aos seus discípulos para esperarem pela promessa de poder para então serem Suas testemunhas “tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8). Nestas palavras de Jesus encontramos a evidência de que o tempo determinado (separado) para os judeus não se encerrou por ocasião da morte de Cristo, pois os discípulos foram claramente orientados a iniciarem seu ministério de testemunho em Jerusalém e em toda a Judéia, expandindo depois para Samaria, até alcançarem os confins da terra.

 

Pela profecia de Daniel 9, após a morte do Messias, os judeus ainda teriam mais três anos e meio de tempo de graça como o povo da aliança. Os discípulos de Jesus receberam a promessa no pentecostes e lá mesmo em Jerusalém começaram a pregar as boas novas. Os capítulos 2 a 6 do livro de Atos relatam os acontecimentos deste início do cristianismo onde vemos que a reação dos líderes da nação judaica foi de total oposição e ferrenha perseguição.

 

O antagonismo dos judeus para com os cristãos culminou na prisão (Atos 6) e apedrejamento de Estevão (Atos 7). Este acontecimento foi marcado por um discurso proferido pelo próprio Estevão para a nação judaica, e relatado em detalhes pelo autor do livro de Atos. Um discurso tão veemente e significativo que pode ser comparado ao discurso de Moisés relatado em Deuteronômio capítulos 1 a 4, por ocasião da renovação da aliança com o povo hebreu. Este discurso seria o último apelo de Deus antes do encerramento do tempo determinado (separado) para a nação.

 

à Para mais informações sobre este “tempo de graça” concedido ao povo judeu acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_13.htm

 

O discurso enfureceu a tal ponto os judeus, que eles “rangiam os dentes contra ele” (Atos 7:54). Deus sela este significativo momento concedendo a Estevão uma visão onde ele vê a glória de Deus e Jesus a Sua direita:

 

Olhai! Eu vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé a direita de Deus.” Atos 7:56.

 

A reação de rejeição dos judeus foi imediata e marcante:

 

“Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos, e se levantaram unânimes contra ele. E expulsando-o da cidade, o apedrejaram.” Atos 7:57-58.

 

Data em que isto aconteceu?

 

Ano 33/34 d.C.!

 

Encerram-se aqui as setenta semanas!

 

à Para mais informações sobre o apedrejamento de Estevão e o “fim das setenta semanas” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_16.htm

 

É significativo que logo após relatar o apedrejamento de Estevão, o autor de Atos relate o evangelho sendo pregado em Samaria (Atos 8), e no capítulo seguinte (Atos 9) a conversão de Paulo como o apóstolo dos gentios (não judeus). Tudo se encaixa perfeitamente com as palavras de Jesus em Atos 1:8.

 

 

Logo abaixo segue um quadro resumo das setenta semanas:

 

 

 

 

 

Vinculando com Daniel 8:14

 

Chegamos agora no ponto crítico deste estudo: O que esta profecia de Daniel 9 tem haver com Daniel 8:14?

 

Existem algumas dificuldades em conciliarmos Daniel 8:14 com Daniel 9:

 

a)              Daniel 9 acontece cerca de 13 anos depois de Daniel 8;

b)              O período de tempo de Daniel 8 foi proferido em termos de “tardes e manhãs” e o de Daniel 9 em termos de semanas;

c)               Daniel 8:14 é resultado de uma visão e Daniel 9 não tem qualquer visão, mas apenas a visita de um anjo que vem para fazer Daniel entender algo;

d)              Em Daniel 8 é só mencionado um período de tempo sem qualquer marco para seu início ou término, já em Daniel 9 é mencionado um período de tempo com uma data para começar e terminar;

e)              Daniel 8:14 fala da purificação do santuário e Daniel 9 fala da unção do santuário e depois de sua destruição.

 

Por outro lado existem alguns facilitadores que aproximam Daniel 8:14 de Daniel 9:

 

a)              O mesmo anjo que apareceu a Daniel no capítulo 8 aparece também no capítulo 9;

b)              Daniel menciona claramente a última visão (cap.8) em Dan. 9:21;

c)               Tanto Dan. 8:14 como Daniel 9:24-27 envolvem questões relativas ao tempo;

d)              A palavra para “visão” (ma’reh) em relação à Dan.8:14 é a mesma utilizada pelo anjo em Daniel 9: “Entende a visão (ma’reh)” Dan. 9:23.;

e)              Daniel não entendeu o enigma de Dan.8:14 e o anjo Gabriel fala em Daniel 9 que veio para fazê-lo entender;

f)                A raiz hebraica (bin) para o verbo traduzido como “entender” em Dan. 8:27 é a mesma usada em Dan. 9:22 e 23;

g)              O foco central de Daniel 8 é o santuário e Daniel 9 utiliza linguagem característica do santuário;

h)              O momento que o anjo chegou em Daniel 9, ou seja, “na hora do sacrifício da tarde”, pode ser visto como um reforço ao vínculo com a expressão de Dan.8:14, “2.300 tardes e manhãs”;

i)                 A palavra “entende” imediatamente anterior ao marco que estabelece o início das setentas semanas (Dan. 9:25) e a declaração de Daniel no capítulo anterior de que não havia entendido a visão (Dan.8:27).

 

Antes de avançarmos, avaliando todos os prós e contras, precisamos entender um pouco melhor a expressão: “2.300 tardes e manhãs”.

 

A maioria dos cristãos que interpretam o Chifre Pequeno como Antíoco Epifânio, entendem a expressão “tarde e manhã” como uma expressão idiomática abreviada aplicada aos sacrifícios diários realizados pela manhã e pela tarde. Como são dois sacrifícios contínuos por dia, então, concluem eles, 2.300 sacrifícios equivalem a 1.150 dias literais. Será que esta interpretação corresponde àquilo que está claramente revelado na Bíblia? Acompanhe abaixo as explicações que encontramos no livro “Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel” de C.M.Maxwell (pág.182 e 183):

 

1-   A expressão “tardes e manhãs” (literalmente “tardes-manhãs”) nunca foi usada em relação aos sacrifícios contínuos. A Bíblia sempre quando menciona tais sacrifícios diz que eram efetuados “pela manhã e pela tarde” (ver Num.28:4, II Cron.2:4, 13:11, 31:3). Portanto, é um tanto quanto “forçado” tentar dizer que “tardes-manhãs” é o equivalente ao ciclo de dois sacrifícios diários. Tal argumento poderia até ser considerado se tivéssemos claramente na Bíblia: “Até 2.300 sacrifícios realizados um pela manhã e outro pela tarde”. Mas não é isto que o anjo disse.

2-   A expressão “tardes e manhãs” é encontrada na Bíblia sempre se referindo a um período de um dia (ver na narração da criação os textos de Gen.1:5, 8, 13, 18, 23, 31). Mais claro e direto que isso impossível! E vejam, sem precisar forçar nada. Na Bíblia o dia sempre começa e termina com o pôr-do-sol (ver Lev.23:32 e Mar. 1:32), ou seja, primeiro vem a parte escura (tarde) e depois a clara (manhã).

3-   Nenhum erudito judeu que preparou as antigas versões gregas do antigo testamento entendeu 2.300 tardes e manhãs como 2.300 sacrifícios. Todos entenderam como 2.300 dias, ou como eles mesmos traduziram: “dias de tardes e manhãs, dois mil e trezentos”. O comentarista bíblico Carl F.Keil em seu comentário sobre Daniel (pág.303 e 304) disse claramente:

Quando os hebreus desejavam expressar separadamente dia e noite, as porções componentes de um dia da semana, então expressavam o número de ambos. Eles diziam, por exemplo: 40 dias e 40 noites (Gen.7:4 e 12; Exo 24:18; I Reis 19:8), 3 dias e 3 noites (Jon.1:17; Mat.12:40), mas não diziam ‘80 dias-e-noites’ ou ‘6 dias-e-noites’ quando desejavam referir-se a 40 ou 3 dias completos. Possivelmente um leitor hebreu não conseguiria entender o período de 2.300 tardes e manhãs como sendo 2.300 meio-dias ou 1.150 dias completos, uma vez que na Criação tardes e manhãs constituíram dias completos, e não meio-dias. ... Portanto, devemos tomar as palavras tais quais elas se encontram, ou seja, compreendê-las como 2.300 dias completos.

4-   Mesmo que fosse gramaticalmente admissível a interpretação das 2.300 tardes e manhãs como 1.150 dias, nem assim este período se encaixaria cronologicamente ao tempo de 3 anos e 10 dias no qual Antíoco Epifânio profanou o templo dos judeus (15 de Chislev de 168 a.C. até 25 de Chislev de 165 a.C.).

 

à Para mais informações sobre a expressão “tardes e manhãs” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_01.htm

 

Está bem claro até aqui que “2.300 tardes e manhãs” é sinônimo de 2.300 dias. Aplicando o mesmo princípio dia/ano que aplicamos em Daniel 9, e que confirmaram tão precisamente as datas dos eventos lá indicados, temos que 2.300 dias proféticos equivalem a 2.300 anos literais.

 

à Para mais informações sobre o princípio de interpretação “dia/ano” acesse: http://www.concertoeterno.com/v2/estudos/cronologia/apendice_01/apendice_01_02.htm

 

Uma vez bem entendido isto, podemos começar a analisar de que forma os 2.300 anos de Daniel 8 se ligam aos 490 anos de Daniel 9. Acima apresentamos pontos desfavoráveis e favoráveis, de forma que precisamos agora, da forma mais honesta possível, pesar as evidências e tentar entender se este vínculo tem apoio bíblico ou se não passa de um fatal erro interpretativo perpetuado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

 

Análise dos pontos que dificultam o vínculo:

 

a)              Daniel 9 acontece cerca de 13 anos depois de Daniel 8: Não quer dizer nada de importante, pois Daniel 7 foi escrito cerca de 50 anos depois de Daniel 2 e ninguém ousa questionar o paralelismo entre estas duas visões.

b)              O período de tempo de Daniel 8 foi proferido em termos de “tardes e manhãs” e o de Daniel 9 em termos de semanas: A aplicação do princípio dia/ano equalisa os dois períodos de tempo de forma que tanto faz se são descritos em dias ou semanas.

c)               Daniel 8:14 é resultado de uma visão e Daniel 9 não tem qualquer visão, mas apenas a visita de um anjo que vem para fazer Daniel entender algo: Este argumento reforça a interpretação de que a profecia do capítulo 9 serve como explicação à parte da visão não entendida por Daniel no capítulo 8.

d)              Em Daniel 8 é só mencionado um período de tempo sem qualquer marco para seu início ou término, já em Daniel 9 é mencionado um período de tempo com uma data para começar e terminar: O fato de Daniel 9 possuir informações que estabelecem uma data de início para os cômputos, é mais um motivo que nos leva a crer que Daniel 9 tem tudo para tornar compreensível o enigma de Dan. 8:14.

e)              Daniel 8:14 fala da purificação do santuário e Daniel 9 fala da unção do santuário e depois de sua destruição: Estas informações não são contraditórias pois a unção do santuário ocorreria dentro do período menor de 490 anos, e a purificação do santuário no fim do período maior de 2.300 anos.

 

Análise dos pontos que facilitam o vínculo:

 

a)              O mesmo anjo que apareceu a Daniel no capítulo 8 aparece também no capítulo 9: Se levarmos em conta que foi este mesmo anjo que anunciou a Maria sobre o nascimento do Messias, veremos que ele esteve presente nos momentos cruciais do ministério de Cristo, anunciando Seu nascimento, a data de Sua morte, e a data em que Ele como o Sumo Sacerdote purificaria o Santuário.

b)              Daniel menciona claramente a última visão (cap.8) em Dan. 9:21: Por que razão Daniel se preocuparia em relatar isto, se não estivesse ainda com a última visão na memória?

c)               Tanto Dan. 8:14 como Daniel 9:24-27 envolvem questões relativas ao tempo: Nada mais lógico! Para explicar a questão relativa ao tempo não entendida em Daniel 8, somente com uma explicação que envolve a contagem de tempo.

d)              A palavra para “visão” (ma’reh) em relação à Dan.8:14 é a mesma utilizada pelo anjo em Daniel 9: “Entende a visão (ma’reh)” Dan. 9:23.: Se o anjo estava querendo dizer algo sem qualquer relacionamento com a última visão, por que usou a mesma palavra? Só para confundir a cabeça de Daniel e a nossa?

e)              Daniel não entendeu o enigma de Dan.8:14 e o anjo Gabriel fala em Daniel 9 que veio para fazê-lo entender: Não faria qualquer sentido o anjo dizer: “Entende a visão”, se não tivesse referindo-se a última visão que Daniel havia tido.

f)                A raiz hebraica (bin) para o verbo traduzido como “entender” em Dan. 8:27 é a mesma usada em Dan. 9:22 e 23: Será que alguém consegue explicar o verbo “entender” desvinculado de Daniel 8?

g)              O foco central de Daniel 8 é o santuário e Daniel 9 utiliza linguagem característica do santuário: Quanto a isto todos concordam. Até mesmo os que discordam da interpretação adventista.

h)              O momento que o anjo chegou em Daniel 9, ou seja, “na hora do sacrifício da tarde”, pode ser visto como um reforço ao vínculo com a expressão de Dan.8:14, “2.300 tardes e manhãs”: Coincidência? Alguns podem entender que sim! Porém eu prefiro crer que Deus se revela nas chamadas “coincidências”.

i)                 A palavra “entende” imediatamente anterior ao marco que estabelece o início das setentas semanas (Dan. 9:25) e a declaração de Daniel no capítulo anterior de que não havia entendido a visão (Dan.8:27): Este argumento para mim é o mais forte e inquestionável de todos! O anjo fala: “Daniel chegou o momento de você entender!”. Daniel não tinha entendido a purificação do santuário após 2.300 dias, temendo que este período você uma prorrogação do tempo de cativeiro. O anjo tranqüiliza Daniel dizendo: “Daniel, não se preocupe! A ordem para edificar e restaurar Jerusalém irá ser emitida conforme a palavra do Senhor dada ao profeta Jeremias. Você não entendeu os 2.300 dias, mas agora estou lhe dando uma informação que será a base para este entendimento, ou seja, a informação de que todos os cálculos devem começar pela saída deste decreto.” Alguns podem querer me acusar de estar colocando palavras na boca do anjo, mas esta é a única maneira lógica e racional pela qual consigo entender como Dan. 8:14 e Dan. 9 estão vinculados entre si.

 

Desvincule Daniel 8 de Daniel 9 e você terá um problema insolucionável: Ficará sem qualquer explicação para Dan. 8:14.

 

Não estamos aqui oferecendo uma alternativa de solução, mas sim a única maneira de se conseguir entender o enigma de Dan. 8:14. E mais, somente com esta interpretação é que podemos entender a razão da profecia de Daniel 9 ter sido dada. Sem este entendimento teremos apenas um enigma indecifrável e uma explicação profética desconexa e sem qualquer significado lógico ou racional.

 

É por esta razão que defendo o início dos 2.300 anos de Daniel 8 no mesmo tempo que o período de 490 anos de Daniel 9. Desta forma temos que os 2.300 anos iniciaram-se em 458/457 a.C. e terminaram em 1843/1844 d.C., conforme mostra o quadro abaixo:

 

 

 

 

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