Comentário da lição da Escola Sabatina
do 3º Trimestre de 2006
O EVANGELHO, E O JUÍZO
LIÇÃO 4 – DANIEL 7
Algumas Informações Históricas
Logo
no início do capítulo 7 já encontramos a informação que nos permitirá datar o
sonho que Daniel: “No primeiro ano de
Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama um sonho e visões da sua
cabeça”. Foi no ano de
Ano a.C. |
605 |
602 |
594 |
569 |
562 |
553 |
539 |
538 |
Capítulo |
1 |
2 |
3 |
4 |
|
7 |
5 |
6 |
Evento |
Cativeiro |
Sonho da Estátua |
Fornalha Ardente |
Doença de Nabuco-donosor |
Morte de Nabuco-donosor |
Sonho de
Daniel |
Banquete e Queda de
Babilônia |
Cova dos Leões |
Idade de
Daniel |
17 |
20 |
28 |
53 |
60 |
69 |
83 |
84 |
Como
podemos ver o sonho de Daniel relatado no capítulo 7 aconteceu:
·
cerca de 50 anos
após os fatos do capítulo 2
·
9 anos após a
morte do Rei Nabucodonosor
·
24 anos antes da queda
de Babilônia diante dos Medos e Persas
O Sonho ou Visão
Se
tomarmos como a primeira visão de Daniel, a revelação que o Senhor lhe concedeu
referente ao sonho do rei e sua interpretação, temos que a visão do capítulo 7
foi a segunda que ele recebeu. Ou seja, somente 50 anos depois de ter sua
primeira visão é que o Senhor lhe concedeu outra que mereceu ser devidamente
registrada.
Embora
seus símbolos sejam bem diferentes dos usados no capítulo 2, seu conteúdo é
basicamente o mesmo, com a diferença que existe uma ampliação das informações e
detalhes focando aspectos que não foram mostrados na primeira visão. Enquanto o
foco da primeira visão limita-se a informações políticas (sucessões dos reinos)
culminando com o estabelecimento do eterno reino de Deus; a segunda visão
contempla as mesmas sucessões, porém de forma mais detalhada, e com a inclusão
de informações de caráter espiritual (ponta pequena proveniente do quarto
poder), sendo concluída com os santos do Altíssimo possuindo o reino de Deus
para todo o sempre.
Analisemos
de forma comparativa as visões do capítulo 2 e as do capítulo 7:
Capítulo 2 |
Capítulo 7 |
Interpretação |
Cabeça de Ouro |
Leão com asas de Águia |
Império Babilônico |
Peito e Braços de Prata |
Urso com 3 costelas na boca |
Império Medo-Persa |
Quadris e Coxas de Bronze |
Leopardo com 4 cabeças e 4 asas |
Império Macedônico |
Pernas de Ferro |
Animal terrível e espantoso |
Império Romano (Roma Pagã) |
Pés em partes de Ferro e Barro |
10 chifres sobre o 4º animal |
Nações da Europa |
O Ferro continua existindo, só que
misturado ao barro |
Chifre Pequeno proveniente do 4º animal |
Papado (Roma Cristã) |
Pedra cortada sem auxílio de mãos |
Tribunal Celestial |
Juízo Pré-advento |
Pedra destrói a Estátua |
4º animal (chifre pequeno) perde seu
domínio e é destruído |
2ª Vinda de Jesus |
Pedra transforma-se num grande monte que
enche a terra |
Os santos do Altíssimo recebem o Reino |
Eternidade dos salvos no Reino de Deus |
A
visão do capítulo 7 nos traz impressionantes detalhes que tornam sua
interpretação e paralelismo com Daniel 2 irrefutáveis:
O leão era
oficialmente o animal símbolo do Reino Babilônico. As fotos abaixo tiradas nas
ruínas da cidade de Babilônia falam por si mesmas:
Escultura Babilônica
Detalhes do alto relevo nos
muros de Babilônia
O Leão de Babilônia –
Escultura do período Neo-Assírio
Enquanto
o primeiro reino no capítulo 2 é representado pelo ouro, que é o material mais
precioso que compõe a estátua; no capítulo 7 é representado pelo Leão que é o
rei dos animais. Podemos notar também que o capítulo 2 define o primeiro reino
com as palavras: Poder, Força e Majestade, que podem muito bem ser aplicadas
tanto a um leão como a uma águia que com suas asas é capaz de alçar altos vôos.
O urso que se
levanta de um dos lados encaixa-se perfeitamente nas características do Império
Medo-Persa que é composto por duas poderosas nações, a Média e a Pérsia, sendo
que a Pérsia predominava sobre a Média (levantou-se de um lado). E as 3
costelas na boca do urso ajusta-se precisamente as três principais conquistas
do império Medo-Persa: Babilônia, Lídia e Egito.
O Leopardo com
4 asas indicando grande mobilidade e velocidade, coincide com a grande mobilidade
e velocidade com que Alexandre o Grande conquistou o poderoso Império Persa (em
apenas 12 anos). E as 4 cabeças do Leopardo apontam com clareza para a divisão
do Império Helenístico logo após a súbita morte de Alexandre, justamente em
quatro reinos sob o comando de seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco,
Ptolomeu e Seleuco.
O quarto animal
terrível e espantoso com seus 10 chifres no capítulo 7 é caracterizado através
de três palavras em aramaico: TAQUIP (Forte), PARZEL (Ferro) e DEQAQ (Quebra),
que são exatamente as mesmas palavras que caracterizam o 4º reino do capítulo
2. Uma outra semelhança inquestionável é que no capítulo 2, assim como o 4º
elemento (ferro) não é substituído por um 5º material, mas apenas continua de
uma outra forma (ferro misturado com barro), assim também no capítulo 7 o 4º
animal não é sucedido por um 5º ser, mas apenas continua através das ações do
chifre pequeno que dele procede.
O paralelismo das profecias é indiscutível
Além
destas duas profecias serem paralelas, a mais recente amplia a visão de um
determinado período ao qual Deus quer particularmente chamar a atenção, de
forma que importantes detalhes são acrescentados. Observe no quadro comparativo
das profecias (logo acima) que os detalhes do chifre pequeno e do tribunal
celestial fornecem uma ampliação mais detalhada dos fatos em um determinado período.
Observe também que esta ampliação possui características espirituais, ampliando
um quadro que até então era visto de forma estritamente política (sucessão dos
reinos).
O Chifre Pequeno
De
todos os aspectos da visão, Daniel ficou mais impressionado com Chifre Pequeno.
Vamos analisar as características deste poder para então podermos identificá-lo
no panorama histórico-religioso.
1) Ele surgiu da quarta besta (versos 8
e 24)
Este
poder simbolizado pelo chifre Pequeno procedeu do animal que simboliza na
profecia o império romano. Como sabemos nenhum outro império mundial sucedeu ao
império romano, porém a história nos ensina que a autoridade do império foi
substituída pela autoridade da igreja romana na pessoa de seu Bispo, o Papa. Em
outras palavras Roma Pagã foi substituída por Roma Papal ou Cristã. Basta
verificar na história a autoridade que o Bispo de Roma (o Papa) exercia sobre
os imperadores e reis para comprovarmos a veracidade desta transferência de
autoridade.
2)
O Chifre Pequeno surge do meio dos “dez chifres” (verso 24)
Estes
dez chifres representam os dez principais povos bárbaros que invadiram o
império romano (Visigodos, Ostrogodos, Vândalos, Borgúndios, Lombardos,
Anglo-Saxões, Francos, Alamanos, Hérulos e Suevos), fracionando o império de
forma a estabelecer as atuais nações européias.
3) Como resultado do aparecimento e
crescimento do Chifre Pequeno, três chifres deveriam ser arrancados (versos 8 e
24)
O
cristianismo católico romano era inimigo mortal dos arianos (seguidores da
doutrina de Ário que ensinava que Jesus era literalmente o Filho de Deus e que
era um grande obstáculo ao dogma da trindade inventado por este poder
apóstata), de forma que os três povos que eram arianos, ou seja, os Hérulos, os
Vândalos e os Ostrogodos, foram exterminados pelos imperadores católicos.
4) Inicialmente era o Chifre pequeno,
mas acaba se tornando mais fortes que os demais (versos 8 e 20)
Com
a erradicação dos arianos Ostrogodos no ano de 538 d.C. “o Papa emergiu como a
mais importante pessoa individual no Ocidente, o líder de uma organização
religiosa adequadamente organizada, detentora de um credo definido e com vasto
potencial para influência política.” Uma Nova Era Segundo as Profecias de
Daniel (1ª edição) pág.130 – C.M.Maxwell
5) No Chifre havia olhos humanos e uma
boca que falava com arrogância contra o Altíssimo (versos 8 e 25)
Analise
por você mesmo as seguintes declarações:
“O supremo ensinador na Igreja é o pontífice romano. A
união das mentes, portanto, requer ... completa submissão e obediência à
vontade da Igreja e ao pontífice romano, como se fosse ao próprio Deus.”
Papa Leão XIII na Encíclica Sobre os Principais Deveres dos Cristãos
enquanto Cidadãos datada de 10/01/1890.
Em
20/06/1894 o mesmo Papa Leão XIII complementou:
“Nós [os Papas] ocupamos nesta Terra o lugar do
Deus Altíssimo.” A Reunião da Cristandade.
Em
1512 no 5º Concílio de Latrão, Cristóvão Marcellus disse ao belicoso Papa Júlio
II que não recusou as seguintes honrarias:
“Vós sois o Pastor, vós sois o Médico, vós sois o
Governador, vós sois o Chefe da família, enfim, vós sois um outro Deus na
Terra (em latim: tu enim pastor, ... tu denique alter Deus in terris)
Em
julho de 1895:
“O Papa não apenas é representante de Jesus Cristo,
mas ele é Jesus Cristo, oculto sob o véu da carne” The Catholic
National
E
mais:
“Com respeito ao corpo místico de Cristo, ou seja,
todo fiel, o sacerdote tem o poder da chave, ou o poder de libertar pecadores
do inferno, ou fazer com que mereçam o paraíso, e de transformá-los de escravos
de Satanás em filhos de Deus. E o próprio Deus é obrigado a submeter-se ao
julgamento de seus sacerdotes” Dignity and Duties of the Priests or
Selva de St.Alphonsus De Leguorl, pág.27
6) O Chifre Pequeno faria dano aos
santos do Altíssimo (verso 25)
A
Nova Enciclopédia Católica (New Catholic Encyclopedia) reconhece:
“Julgada pelos padrões contemporâneos, a Inquisição –
especialmente aquela desenvolvida na Espanha, próximo ao fim da Idade Média –
pode ser classificada apenas como um dos mais escuros capítulos da história da
igreja”
Roma
continua admitindo ter perseguido:
“A igreja tem perseguido. Apenas um principiante na
História da Igreja negaria isso. ... Quando ela crê que é bom empregar a força,
irá usá-la” The Western Watchman
Durante
a Idade Média, mais de 150 milhões de pessoas morreram vitimadas pelas mãos
cruéis do papado romano.
7)
O Chifre Pequeno mudaria os tempos e a lei (verso 25)
Quando
comparamos este verso com Dan.2:21 que diz que é Deus “quem muda os tempos e as horas, remove reis e estabelece reis”,
podemos verificar a pretensão deste poder em querer agir como Deus. Este
paralelo é particularmente interessante pelo fato dele indicar que a pretensão
de mudança dos tempos por parte do Chifre Pequeno pode também estar relacionado
com a manipulação do poder político e de seus governantes (coisa que o Papa
soube muito bem fazer durante toda a Idade Média). Um exemplo disto está na
Bula (decreto) Regnans in Excelsis do Papa Pio V, onde ele declarou a
rainha protestante da Inglaterra, Elizabeth I (1558-1603), como uma herética
maldita, e proibiu seus súditos de obedecer-lhe. Mais tarde o mesmo Papa deu a
permissão para que os súditos ingleses voltassem a lhe prestar obediência.
Porém,
mais grave e significativo do que as mudanças e manipulações temporais, foram
as de ordem espiritual:
“O Papa pode modificar a lei divina, uma vez que o seu
poder não provém do homem, mas de Deus, e ele age na Terra como preposto de
Deus, com pleno poder para liberar ou reter suas ovelhas” Pedro de Ancarano
(Aproximadamente
Entre
as mudanças realizadas pela Igreja Cristã Apostada (Igreja Católica Apostólica
Romana) nas verdades das Escrituras Sagradas, destacamos a transferência da
santidade do sábado para o domingo, e a mudança da crença no único Deus Eterno
e
Quanto
a mudança do sábado para o domingo, o Arcebispo de Reggio, Gaspare de Fosso,
numa palestra em 18/01/1562 disse:
“A autoridade da igreja é ilustrada mais claramente
pelas Escrituras; pois enquanto por um lado ela [a igreja] recomenda a
Escritura, declara que ela é divina, e a oferece para leitura, ... por outro
lado os preceitos legais da Escritura, ensinados pelo Senhor, cessaram em
virtude da mesma autoridade [exercida pela igreja]. O sábado, o mais glorioso
dia da lei, foi modificado para o dia do Senhor, ... Estes e outros assuntos
similares não foram abolidos em virtude dos ensinamentos de Cristo (pois Ele
declarou que viera cumprir a lei, e não para destruí-la), mas foram alterados
pela autoridade da igreja.” Mansi, Sacrorum Conciliorum.
Lutero,
que tinha como lema “Sola Scriptura”, foi escarnecido de maneira
constrangedora pelo líder católico Johann Eck com o seguinte argumento:
“A Escritura ensina: ‘Lembra-te do dia do sábado para
o santificar; seis dias trabalharás e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é
o sábado do Senhor teu Deus’, etc. Assim a igreja mudou o sábado para o domingo
por sua própria autoridade, e para isso você [Lutero] não tem nenhuma
Escritura” Enchiridion of Commonplacesof John Eck against Luther and other
Enemies of the Church, 8v, pág.13
O
eco deste pensamento ainda era ouvido em 1957 no Catecismo da Doutrina Católica
para os Conversos (The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine) de
Peter Geiermann (pág.50):
“P.: Qual é o dia de sábado?
“R.: O sábado é o sétimo dia.
“P.: Por que nós observamos o domingo em lugar do
sábado?
“R.: Nós observamos o domingo em lugar do sábado
porque a Igreja Católica transferiu a solenidade do sábado para o domingo.”
E
mais recentemente os católicos continuavam afirmando:
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus
Cristo transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de
nosso Senhor Jesus Cristo; de modo que a
observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam,
independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” O Monitor
Paroquial de 26 de agosto de 1926, Socorro, Estado de São Paulo.
Todo protestante que observa o domingo em vez do sábado bíblico,
presta homenagem a Igreja de Roma. Nisto, todo bom adventista concorda. Mas
como a Igreja Adventista atual, que mudou de forma oficial em 1980 uma doutrina
que antes era combatida pelos pioneiros, se explica diante da seguinte
argumentação por parte dos católicos:
“Qualquer pessoa para ser salva, antes de todas as coisas é necessário que ela
celebre a fé católica: A menos que cada um mantenha esta fé no seu todo,
completa e sem mancha, sem dúvida perecerá eternamente. Mas esta é a fé católica; Que nós adoramos um Deus
“Nossos oponentes (protestantes) às vezes
reivindicam que nenhuma crença deveria ser dogmatizada que não é explicitamente
declarada na Bíblia (ignorando que é somente na autoridade da Igreja que nós
conhecemos a certeza dos evangelhos, e não outros como verdadeiros). Mas as igrejas protestantes por elas mesmas
têm aceitado tais dogmas como a TRINDADE pela qual não há nenhuma
autoridade precisa nos evangelhos.” Revista Vida, 30 de outubro
de 1950.
Se de fato concordarmos com a primeira citação (em relação ao domingo
que os protestantes prestam homenagem a Igreja Católica), deveremos também
concordar com a segunda (de que a Igreja Adventista tem dentro do seu credo uma
doutrina católica alheia às Escrituras) como verdadeira. Será que agora você entende a razão de nossos pioneiros (Thiago White,
J.N.Andrews, José Bates, etc.) não aceitarem a trindade e até a combaterem como
uma doutrina diabólica?
A Trindade é outra importante heresia inventada pelo Chifre
Pequeno de Daniel 7 cumprindo assim a profecia quanto a mudança na lei que diz
“Não terás outros deuses diante de Mim”. No Catecismo do Católico de
Hoje, pág. 12, lemos:
“A Igreja estudou este mistério com
grande solicitude e, depois de quatro séculos de investigações, decidiu
expressar a doutrina deste modo: Na unidade da Divindade há três pessoas – o
Pai, o Filho e o Espírito Santo – realmente distintas uma da outra. Assim
nas palavras do Credo de Atanásio: ‘O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito
Santo é Deus, e no entanto não são três deuses, mas um só Deus’” (Número
1248, da Editora Santuário, Edição 28, 2002.)
A declaração a seguir extraída do livro denominacional da IASD
chamado Estudos Bíblicos deveria fazer todo adventista sincero
refletir e começar a enxergar o cisco nos seus olhos antes de apontar para o
cisco no olho dos demais:
“No credo do Papa Pio IV, uma autorizada
declaração da fé Católica Romana é encontrada no seguinte asserto: ‘Reconheço a
Santa Igreja Católica Apostólica como mãe e soberana de todas as igrejas.’
– Artigo 10. Quando as professas igrejas protestantes repudiam o princípio
fundamental do protestantismo, pondo de parte a autoridade da Palavra de
Deus, aceitando em seu lugar a tradição e especulação humanas,
adotaram o princípio fundamental da moderna Babilônia e exige uma proclamação da queda da moderna
Babilônia...
“Ainda que muitos líderes do moderno
protestantismo, conhecido como altos críticos, não tenham formalmente adotado o
credo da Igreja de Roma, e não se tenham tornado parte orgânica desta
corporação, mesmo assim pertencem à
mesma classe ao rejeitar a autoridade da palavra de Deus, aceitando em
seu lugar o produto de suas próprias argumentações. Há tanta apostasia num caso
como no outro, e ambos devem ser incluídos, portanto, em Babilônia, e ambos se acharão
envolvidos, afinal em sua queda”. Estudos
Bíblicos, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí-SP, págs. 213 e 214, artigo A
QUEDA DA MODERNA BABILÔNIA.
8)
O Chifre Pequeno agiria durante três tempos e meio
Daniel
11:13 diz que um tempo equivale a um ano, ou seja, três anos e meio. De acordo
com o princípio bíblico de Ezequiel 4:6 e Números 14:34 que relaciona um dia
profético com um ano literal, temos um período de 1260 anos literais (3 ½ anos
x 12 meses x 30 dias = 1260 dias). A legitimidade deste princípio dia/ano, bem
como dos cálculos de conversão de ano profético em dias literais, é confirmado
através de outros textos bíblicos onde este mesmo período aparece, porém de
formas diferentes. O quadro abaixo demonstra isto:
Texto Bíblico |
Período de Tempo |
Cálculo |
Daniel 7:25 |
Um tempo, tempos e metade
de um tempo |
3 ½ anos x 12 meses x 30
dias = 1260 dias |
Daniel 12:7 |
Um tempo, tempos e metade
de um tempo |
3 ½ anos x 12 meses x 30
dias = 1260 dias |
Apocalipse 11:2 |
42 meses |
42 meses x 30 dias = 1260
dias |
Apocalipse 11:3 |
1260 dias |
1260 dias |
Apocalipse 12:6 |
1260 dias |
1260 dias |
Apocalipse 12:14 |
Um tempo, tempos e metade
de um tempo |
3 ½ anos x 12 meses x 30
dias = 1260 dias |
Apocalipse 13:5 |
42 meses |
42 meses x 30 dias = 1260
dias |
Tomando
como início da ascensão do poder da Igreja Católica o ano de
Conclusão
quanto ao Chifre Pequeno:
“Somente
uma entidade preenche de modo cabal todos esses oito requisitos – a igreja
cristã que se projetou no cenário político-religioso à medida que o império
romano declinava, e que desfrutou o privilégio de exercer influência especial
sobre a mente dos homens entre o sexto e o décimo oitavo séculos.” Uma Nova
Era Segundo as Profecias de Daniel (1ª edição), pág.127 – C.M.Maxwell
Hoje
esta igreja continua sua influência teologicamente corrompedora através de um
segmento mundial que identificamos como Igreja
Católica Apostólica Romana.
O Tribunal Celestial
Enquanto
Daniel estava profundamente impressionado com O Chifre Pequeno, o anjo queria
chamar-lhe a atenção para uma outra parte muito importante da visão: A cena do
Tribunal Celestial.
Melhor
seria se o autor da lição tivesse separado o estudo de Daniel 7 em duas partes,
reservando para uma segunda semana o estudo do tema do juízo devido a sua suprema importância para a correta
compreensão do Plano da Salvação no contexto do grande conflito, e por ser este
tema uma característica distintiva no corpo doutrinário dos Adventistas do
Sétimo Dia.
Já
vimos que Daniel em sua visão noturna havia visto quatro animais que se
sucediam um após o outro, sendo que do último animal, denominado como terrível
e espantoso, surgiu um insolente chifre pequeno que além de proferir palavras
contra o Altíssimo, destruía os santos do Altíssimo.
Daniel
ficou intrigado com a arrogância e petulância deste poder, pois não podia se
conformar com o fato dele prosperar afrontando o Deus Eterno e até vencer os
santos.
O mal venceria o bem? Como poderia ser isto?
Foi
neste contexto que lhe foi introduzida as cenas relatadas nos versos 9 e 10:
Eu
continuei olhando, até que foram
postos uns tronos, e um Ancião de Dias se assentou; a sua veste
era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante
dele; milhares de milhares o
serviam, e milhões de milhões
assistiam diante dele; assentou-se o
juízo, e abriram-se os livros.
Negritei
algumas palavras chaves no texto acima para podermos comentá-las separadamente:
Continuei: No verso
Tronos: A palavra está no plural indicando que foram colocados
pelo mais de um trono. Quantos tronos foram colocados? O texto não diz, porém
quando comparamos este texto com as visões que outros profetas bíblicos tiveram
do trono de Deus, ampliamos nossa compreensão de alguns detalhes (Isaías 6:1-4, Ezequiel 1, Apocalipse 4).
A descrição de Apocalipse é particularmente interessante por mencionar outros
tronos (os dos 24 anciãos) além do trono do Altíssimo visto e relatado pelos
outros dois profetas (Isaías e Ezequiel).
Ancião de Dias: Quem é o Ancião de Dias? Por aquilo que os profetas
Isaías, Ezequiel e João relataram de suas visões, parece não haver qualquer
dúvida de que o Ancião de Dias é o Deus Eterno, o Altíssimo, denominado também
como Deus o Pai. Ellen White confirma:
“Eu continuei olhando’, diz o profeta Daniel, ‘até que
foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias Se assentou: (...)’. Assim foi
apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida
dos homens passariam em revista perante o Juiz de toda a Terra, e cada homem
seria recompensado ‘segundo as suas obras’. O Ancião de Dias é Deus, o Pai. Diz o salmista: ‘Antes que os
montes nascessem, ou que Tu formasses a Terra e o mundo, sim, de eternidade a
eternidade, Tu és Deus’. Salmo 90:2. É Ele, fonte de todo ser e de toda lei,
que deve presidir o juízo.” O Conflito dos Séculos. Santo André: Casa
Publicadora Brasileira, 1978, p. 479 (Ênfase acrescentada).
Rodas de fogo ardente:
Esta palavra nos reporta para a descrição que Ezequiel fez do Trono de Deus no
capítulo 1.
Rio de fogo que manava e saía de diante dEle: Um rio que sai do Trono de Deus também é mencionado
em Apocalipse 22:1: “E mostrou-me o rio
puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do
Cordeiro.”
Milhares de milhares ... milhões de milhões: Na visão que João teve do Trono de Deus, relatada em
Apocalipse 5:11, é mencionada a mesma quantidade de seres celestiais: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao
redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de
milhões, e milhares de milhares.”
Assentou-se
o juízo: Apresenta-se aqui de
forma inquestionável a indicação de que está começando um juízo, ou um
julgamento no céu. Compare os textos nas cinco partes do capítulo 7 onde o juízo
e suas conseqüências são apresentadas:
Texto
Bíblico |
Ponto
Central |
Daniel 7:9-10 |
Assentou-se o Tribunal |
Daniel 7:13-14 |
O Filho do homem recebe o
Reino Eterno |
Daniel 7:18 |
Os Santos do Altíssimo
receberão o Reino |
Daniel 7:22 |
Foi dado o juízo aos
Santos do Altíssimo |
Daniel 7:26-27 |
O tribunal se assentará
em juízo para: - Tirar o domínio do
Chifre Pequeno - Entregar ao povo santo
o Reino Eterno |
Na
comparação entre os textos acima podemos ter um quadro ampliado do que consiste
este julgamento realizado no Tribunal Celestial:
1)
Daniel 7:9-10: O Ancião de Dias
assenta-se em juízo dando a entender que um Tribunal é estabelecido e inicia-se
um processo de julgamento nas cortes celestiais. A maneira como foi mostrado em
visão para Daniel os tronos sendo colocados, sugere uma arrumação no céu com a
finalidade de prepará-lo para algo novo prestes a começar. Com isto percebemos
a preocupação do Senhor em fazer com que entendêssemos que estava iniciando
um processo de julgamento no céu, ou seja, uma nova fase de atividades
nas cortes celestiais estava começando.
2)
Daniel 7:13-14: Na seqüência à
instauração deste juízo o Filho do homem comparece perante o Ancião de Dias
para receber o domínio, a honra e o reino eterno, bem como a adoração de todos
os seres viventes. A expressão Filho do homem direciona-nos a Gênesis 3:15 onde
encontramos a promessa de que o “descendente” (o filho) da mulher (símbolo da
humanidade) viria para enfrentar a serpente e salvar a humanidade de suas
presas mortais. Em outras palavras, a primeira promessa de um Messias
(Gên.3:15) fala que a salvação da raça humana viria através do descente da
mulher, ou seja, do Filho do homem enviado por Deus. Que este título era
reconhecido como um título messiânico por parte dos judeus, está evidente na
reação que tiveram quando Jesus o aplicou de forma bem específica a Si mesmo:
“Jesus, porém,
guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo
Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu
o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à
direita do Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo
sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda
de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia.” Mateus
26:64-65
O
texto acima mostra claramente que as expressões Filho de Deus e Filho do homem
identificam igualmente o Messias (o Cristo) prometido. A expressão Filho de
Davi, que também era usada no sentido messiânico, tinha uma conotação mais de
líder conquistador e vitorioso, porém ela foi deturpada pelo conceito errôneo que
os judeus passaram a ter do Messias (conquistador político). Por este motivo
Jesus sempre preferiu referir-se a si próprio como o Filho do homem (65 vezes).
Este
tribunal conferirá a Jesus o direito de receber toda a autoridade que o Pai
deseja-lhe conferir. Os capítulos 4 e 5 de Apocalipse ampliam este quadro de
forma bem detalhada.
O
contexto do Grande Conflito entre Cristo e Satanás de Apocalipse capítulo 12
ajuda-nos a entender o porque da necessidade de um julgamento onde Ancião de
Dias confere na presença de todas suas criaturas o direito de conceder ao seu
Filho unigênito toda a autoridade.
Na
terceira e derradeira tentação de Cristo no deserto, Satanás pede que Ele se
proste e o adore em troca da autoridade e domínio sobre os reinos deste mundo
(Mateus 4:8-10). Aqui está bem claro que as verdadeiras pretenções de Satanás é
o de questionar esta autoridade e domínio que o Pai concedeu única e
exclusivamente ao Seu Filho unigênito, requerendo-as também para si próprio
(Tudo indica que Lúcifer queria ser o terceiro ser a desfrutar da autoridade e
poder que só Deus o Pai e Seu Filho unigênito desfrutavam). E mais, Satanás
considera-se o legítimo possuidor das pessoas deste planeta, de forma que um
juízo celestial de repercussão universal precisa ser instaurado para tornar
conhecido perante todo o universo o justo e irrefutável veridito divino.
3)
Daniel 7:18: Quando o Filho do homem
recebe o reino Ele o compartilha com todos os santos do Altíssimo. Aqui está um
outro propósito deste tribunal celestial, o de fazer com que todos aqueles que
foram salvos única e exclusivamente pelos méritos do Filho de Deus (e Filho do
homem) pudessem receber como herança o reino eterno. Com a autoridade do Filho
do homem vindicada perante todo o universo, Jesus pode outorgar a todos aqueles
que confiaram nEle o reino eterno que já lhe pertencia desde os tempos eternos
por decreto do Altíssimo. Lúcifer não pode mais sustentar seus argumentos
contra Deus e Seu Filho, pois todo o universo reconhece que Deus procedeu com absoluta
justiça, imparcialidade e grande amor durante todos os episódios da grande
controvérsia. Este reconhecimento fica estabelecido justamente durante o
Tribunal Celestial.
4)
Daniel 7:22: Este verso na tradução
N.I.V. (New International Version) aparece da seguinte maneira: “O Ancião
de Dias pronunciará um juízo em favor dos santos do Altíssimo”. Esta é
uma outra lição vital que podemos extrair de Daniel 7 quanto ao julgamento
realizado no Tribunal Celestial: O julgamento é feito em favor dos santos do
Altíssimo. É por este motivo que Apocalipse 14:6 e 7 relaciona a chegada da
hora do juízo com o Evangelho Eterno, ou seja, as Boas Novas (Notícias)
Eternas.
5)
Daniel 7:26-27: Estes textos
sintetizam de forma resumida os dois principais objetivos do julgamento no
Tribunal Celestial: Punir culpado (verso 26) e Reivindicar o inocente (verso
27). A lição explica que este é o conceito hebraico de justiça (ver Deut. 25:1
e I Reis 8:32): “No juízo final, não apenas o povo de Deus é vindicado, mas
o perseguidor é punido” (Edição do professor pág.95).
Resumindo,
este processo de julgamento é importantíssimo porque:
1)
Vindicará o
caráter de justiça e amor de Deus o Pai perante todo o universo
2)
Vindicará o nome
do unigênito Filho de Deus como digno de receber do Pai todo o poder e
autoridade
3)
Vindicará todos aqueles
que confiaram na salvação oferecida pelo Pai mediante Seu Filho unigênito como
herdeiros juntamente com Cristo
4)
Estabelecerá de
forma inequívoca quem é o verdadeiro culpado pelo pecado, fazendo com que este
receba a punição definitiva e final
5)
Permitirá que
fique evidenciado que a destruição de todos aqueles que recusaram tão grande
salvação é não somente um ato de justiça, mas também de amor
Abriram-se
os livros: Esta expressão de Daniel
7:10 nos faz lembrar de Apocalipse 20:12 que também menciona livros sendo
abertos, nos quais encontram-se registradas informações que servirão de base no
julgamento dos mortos: “E vi os mortos, grandes e pequenos, que
estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro,
que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas
nos livros, segundo as suas obras.”
O
texto acima faz menção de “outro livro” denominado como Livro da Vida, também
mencionado no verso 15 do mesmo capítulo de Apocalipse: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado
no lago de fogo.”
De
acordo com Apocalipse 21:27, no Livro da Vida estão registrados todos os nomes
daqueles que possuirão o reino eterno (chamado de Livro da Vida do Cordeiro): “E não entrará nela coisa alguma que
contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro
da vida do Cordeiro.”
Já
que estamos falando de livros, em Malaquias 3:16 existe a menção de um Livro
onde foi escrito diante do Senhor um memorial: “Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram freqüentemente um ao outro;
e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para
os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome.”
Voltando
ao livro de Daniel, verificamos que o profeta no capítulo 12 verso 1 também
mencionou um livro onde estaria registrado o nome de todos aqueles que seriam
livrados pela intervenção do grande príncipe Miguel: “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta
a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca
houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o
teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.”
Parece
estar bem claro que no céu existem livros onde estão registradas precisas
informações, e que estarão sendo abertos por ocasião do julgamento no tribunal
celestial. Tal fato nos mostra como Deus está sendo cauteloso e tremendamente
transparente na maneira com que está lidando com o problema do pecado. Deus não
precisa de livros para lembra-lo de nomes ou de fatos que ocorreram, pois Ele
conhece a tudo e a todos da maneira mais perfeita possível. Se Ele mantém nos
arquivos celestiais tudo devidamente registrado, certamente é para o benefício
de todas as suas criaturas inteligentes envolvidas neste conflito cósmico entre
o bem e o mal.
De
acordo com Paulo
Deus
faz questão que todas as evidências sejam minuciosamente registradas para que
sirvam de base neste julgamento, de forma que ao serem decididos todos os casos
fique evidente e comprovado que Ele foi absolutamente justo e infinitamente
amoroso.
Uma seqüência irrefutável
Daniel
7 destaca uma seqüência de fatos destacando sua importância pela forma como são
repetidos ao longo de todo capítulo:
SEQUÊNCIA |
Daniel 7:7-14 |
Daniel 7:19-22 |
Daniel 7:24-27 |
Chifre pequeno |
Chifre pequeno se manifesta |
Chifre pequeno faz guerra contra os santos e os
vence |
Ações detalhadas do chifre pequeno, inclusive seu
tempo hegemonia |
Juízo no céu |
Assenta-se o Tribunal e abrem-se os livros |
Até que veio o Ancião de Dias e foi dado o juízo aos
santos |
O Tribunal se assentará em juízo |
Destruição do chifre pequeno |
O quarto animal é morto |
|
O domínio do chifre pequeno é tirado para que seja
finalmente destruído |
Reino de Deus |
O domínio eterno do Filho do homem é estabelecido |
Chegou o tempo dos santos possuírem o reino |
O reino eterno serão dados ao povo dos santos do
Altíssimo |
Quando
terá início este julgamento?
A
visão de Daniel no capítulo 7 não fornece nenhuma data específica para o início
deste julgamento, porém fornece o tempo de predominância do Chifre Pequeno
sobre os santos do Altíssimo de forma que ele fazia guerra contra eles e os
vencia (7:21). Já vimos no comentário anterior que este período é de 1.260 anos
compreendidos entre 538 e 1798 de nossa era.
Notem
que o texto de Daniel não diz que o Chifre Pequeno deixaria de existir por
ocasião do fim dos 1.260 anos. Apenas informa que seu poder destruidor sobre a
vida dos santos cessaria no fim dos 1.260 anos. Quando em 1798 o general Berthier,
a serviço de Napoleão, aprisionou o Papa e o enviou para o exílio, um ferimento
mortal foi feito no Chifre Pequeno, porém de acordo com Apocalipse 13:3 esta
ferida mortal seria no seu devido tempo curada, de forma que toda a terra se
maravilharia seguindo este poder.
Pois
bem, em Daniel 7:26 temos que “o tribunal se assentará em juízo, e lhe
tirará o seu domínio, para destruir e para desfazer até o fim”. Ou seja, o
Chifre Pequeno perderia o seu domínio e seria finalmente destruído como
conseqüência do veredito pronunciado neste tribunal. Portanto, com base em
Daniel 7, apenas podemos arriscar dizer que este julgamento começa depois de um
certo tempo de atuação do poder do Chifre Pequeno. Nada mais além disto!
O
objetivo da visão do capítulo 7 de Daniel em relação ao julgamento, não é de
dizer quando ele se iniciará, e sim simplesmente dar a certeza de que ele
ocorrerá.