Comentário da lição da Escola Sabatina do 3º Trimestre de 2006

 

O EVANGELHO, 1844 E O JUÍZO

 

 

LIÇÃO 4 – DANIEL 7

 

 

Algumas Informações Históricas

 

Logo no início do capítulo 7 já encontramos a informação que nos permitirá datar o sonho que Daniel: “No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama um sonho e visões da sua cabeça”. Foi no ano de 553 a.C. que Belsazar foi colocado como co-regente com seu pai, Nabonido, de forma que temos a seguinte cronologia:

 

 

Ano a.C.

605

602

594

569

562

553

539

538

Capítulo

1

2

3

4

 

7

5

6

Evento

Cativeiro

Sonho da Estátua

Fornalha Ardente

Doença de Nabuco-donosor

Morte de Nabuco-donosor

Sonho de Daniel

Banquete e Queda de Babilônia

Cova dos Leões

Idade de Daniel

17

20

28

53

60

69

83

84

 

 

Como podemos ver o sonho de Daniel relatado no capítulo 7 aconteceu:

·        cerca de 50 anos após os fatos do capítulo 2

·        9 anos após a morte do Rei Nabucodonosor

·        24 anos antes da queda de Babilônia diante dos Medos e Persas

 

 

O Sonho ou Visão

 

Se tomarmos como a primeira visão de Daniel, a revelação que o Senhor lhe concedeu referente ao sonho do rei e sua interpretação, temos que a visão do capítulo 7 foi a segunda que ele recebeu. Ou seja, somente 50 anos depois de ter sua primeira visão é que o Senhor lhe concedeu outra que mereceu ser devidamente registrada.

 

Embora seus símbolos sejam bem diferentes dos usados no capítulo 2, seu conteúdo é basicamente o mesmo, com a diferença que existe uma ampliação das informações e detalhes focando aspectos que não foram mostrados na primeira visão. Enquanto o foco da primeira visão limita-se a informações políticas (sucessões dos reinos) culminando com o estabelecimento do eterno reino de Deus; a segunda visão contempla as mesmas sucessões, porém de forma mais detalhada, e com a inclusão de informações de caráter espiritual (ponta pequena proveniente do quarto poder), sendo concluída com os santos do Altíssimo possuindo o reino de Deus para todo o sempre.

 

 

Analisemos de forma comparativa as visões do capítulo 2 e as do capítulo 7:

 

 

Capítulo 2

Capítulo 7

Interpretação

Cabeça de Ouro

Leão com asas de Águia

Império Babilônico

Peito e Braços de Prata

Urso com 3 costelas na boca

Império Medo-Persa

Quadris e Coxas de Bronze

Leopardo com 4 cabeças e 4 asas

Império Macedônico

Pernas de Ferro

Animal terrível e espantoso

Império Romano (Roma Pagã)

Pés em partes de Ferro e Barro

10 chifres sobre o 4º animal

Nações da Europa

O Ferro continua existindo, só que misturado ao barro

Chifre Pequeno proveniente do 4º animal

Papado

(Roma Cristã)

Pedra cortada sem auxílio de mãos

Tribunal Celestial

Juízo Pré-advento

Pedra destrói a Estátua

4º animal (chifre pequeno) perde seu domínio e é destruído

2ª Vinda de Jesus

Pedra transforma-se num grande monte que enche a terra

Os santos do Altíssimo recebem o Reino

Eternidade dos salvos no Reino de Deus

 

 

 

A visão do capítulo 7 nos traz impressionantes detalhes que tornam sua interpretação e paralelismo com Daniel 2 irrefutáveis:

 

 O leão era oficialmente o animal símbolo do Reino Babilônico. As fotos abaixo tiradas nas ruínas da cidade de Babilônia falam por si mesmas:

 

Escultura Babilônica

 

 

Detalhes do alto relevo nos muros de Babilônia

 

    

 

 

O Leão de Babilônia – Escultura do período Neo-Assírio

Enquanto o primeiro reino no capítulo 2 é representado pelo ouro, que é o material mais precioso que compõe a estátua; no capítulo 7 é representado pelo Leão que é o rei dos animais. Podemos notar também que o capítulo 2 define o primeiro reino com as palavras: Poder, Força e Majestade, que podem muito bem ser aplicadas tanto a um leão como a uma águia que com suas asas é capaz de alçar altos vôos.

 

 O urso que se levanta de um dos lados encaixa-se perfeitamente nas características do Império Medo-Persa que é composto por duas poderosas nações, a Média e a Pérsia, sendo que a Pérsia predominava sobre a Média (levantou-se de um lado). E as 3 costelas na boca do urso ajusta-se precisamente as três principais conquistas do império Medo-Persa: Babilônia, Lídia e Egito.

 

 O Leopardo com 4 asas indicando grande mobilidade e velocidade, coincide com a grande mobilidade e velocidade com que Alexandre o Grande conquistou o poderoso Império Persa (em apenas 12 anos). E as 4 cabeças do Leopardo apontam com clareza para a divisão do Império Helenístico logo após a súbita morte de Alexandre, justamente em quatro reinos sob o comando de seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco.

 

 O quarto animal terrível e espantoso com seus 10 chifres no capítulo 7 é caracterizado através de três palavras em aramaico: TAQUIP (Forte), PARZEL (Ferro) e DEQAQ (Quebra), que são exatamente as mesmas palavras que caracterizam o 4º reino do capítulo 2. Uma outra semelhança inquestionável é que no capítulo 2, assim como o 4º elemento (ferro) não é substituído por um 5º material, mas apenas continua de uma outra forma (ferro misturado com barro), assim também no capítulo 7 o 4º animal não é sucedido por um 5º ser, mas apenas continua através das ações do chifre pequeno que dele procede.

 

 

 O paralelismo das profecias é indiscutível

 

Além destas duas profecias serem paralelas, a mais recente amplia a visão de um determinado período ao qual Deus quer particularmente chamar a atenção, de forma que importantes detalhes são acrescentados. Observe no quadro comparativo das profecias (logo acima) que os detalhes do chifre pequeno e do tribunal celestial fornecem uma ampliação mais detalhada dos fatos em um determinado período. Observe também que esta ampliação possui características espirituais, ampliando um quadro que até então era visto de forma estritamente política (sucessão dos reinos).

 

 

  O Chifre Pequeno 

 

De todos os aspectos da visão, Daniel ficou mais impressionado com Chifre Pequeno. Vamos analisar as características deste poder para então podermos identificá-lo no panorama histórico-religioso.

 

1) Ele surgiu da quarta besta (versos 8 e 24)

 

Este poder simbolizado pelo chifre Pequeno procedeu do animal que simboliza na profecia o império romano. Como sabemos nenhum outro império mundial sucedeu ao império romano, porém a história nos ensina que a autoridade do império foi substituída pela autoridade da igreja romana na pessoa de seu Bispo, o Papa. Em outras palavras Roma Pagã foi substituída por Roma Papal ou Cristã. Basta verificar na história a autoridade que o Bispo de Roma (o Papa) exercia sobre os imperadores e reis para comprovarmos a veracidade desta transferência de autoridade.

 

2) O Chifre Pequeno surge do meio dos “dez chifres” (verso 24)

 

Estes dez chifres representam os dez principais povos bárbaros que invadiram o império romano (Visigodos, Ostrogodos, Vândalos, Borgúndios, Lombardos, Anglo-Saxões, Francos, Alamanos, Hérulos e Suevos), fracionando o império de forma a estabelecer as atuais nações européias.

 

3) Como resultado do aparecimento e crescimento do Chifre Pequeno, três chifres deveriam ser arrancados (versos 8 e 24)

 

O cristianismo católico romano era inimigo mortal dos arianos (seguidores da doutrina de Ário que ensinava que Jesus era literalmente o Filho de Deus e que era um grande obstáculo ao dogma da trindade inventado por este poder apóstata), de forma que os três povos que eram arianos, ou seja, os Hérulos, os Vândalos e os Ostrogodos, foram exterminados pelos imperadores católicos.

 

4) Inicialmente era o Chifre pequeno, mas acaba se tornando mais fortes que os demais (versos 8 e 20)

 

Com a erradicação dos arianos Ostrogodos no ano de 538 d.C. “o Papa emergiu como a mais importante pessoa individual no Ocidente, o líder de uma organização religiosa adequadamente organizada, detentora de um credo definido e com vasto potencial para influência política.” Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel (1ª edição) pág.130 – C.M.Maxwell

 

5) No Chifre havia olhos humanos e uma boca que falava com arrogância contra o Altíssimo (versos 8 e 25)

 

Analise por você mesmo as seguintes declarações:

 

“O supremo ensinador na Igreja é o pontífice romano. A união das mentes, portanto, requer ... completa submissão e obediência à vontade da Igreja e ao pontífice romano, como se fosse ao próprio Deus.” Papa Leão XIII na Encíclica Sobre os Principais Deveres dos Cristãos enquanto Cidadãos datada de 10/01/1890.

 

Em 20/06/1894 o mesmo Papa Leão XIII complementou:

 

“Nós [os Papas] ocupamos nesta Terra o lugar do Deus Altíssimo.” A Reunião da Cristandade.

 

Em 1512 no 5º Concílio de Latrão, Cristóvão Marcellus disse ao belicoso Papa Júlio II que não recusou as seguintes honrarias:

 

“Vós sois o Pastor, vós sois o Médico, vós sois o Governador, vós sois o Chefe da família, enfim, vós sois um outro Deus na Terra (em latim: tu enim pastor, ... tu denique alter Deus in terris)

 

Em julho de 1895:

 

“O Papa não apenas é representante de Jesus Cristo, mas ele é Jesus Cristo, oculto sob o véu da carneThe Catholic National

 

E mais:

 

“Com respeito ao corpo místico de Cristo, ou seja, todo fiel, o sacerdote tem o poder da chave, ou o poder de libertar pecadores do inferno, ou fazer com que mereçam o paraíso, e de transformá-los de escravos de Satanás em filhos de Deus. E o próprio Deus é obrigado a submeter-se ao julgamento de seus sacerdotesDignity and Duties of the Priests or Selva de St.Alphonsus De Leguorl, pág.27

 

6) O Chifre Pequeno faria dano aos santos do Altíssimo (verso 25)

 

A Nova Enciclopédia Católica (New Catholic Encyclopedia) reconhece:

 

“Julgada pelos padrões contemporâneos, a Inquisição – especialmente aquela desenvolvida na Espanha, próximo ao fim da Idade Média – pode ser classificada apenas como um dos mais escuros capítulos da história da igreja”

 

Roma continua admitindo ter perseguido:

 

“A igreja tem perseguido. Apenas um principiante na História da Igreja negaria isso. ... Quando ela crê que é bom empregar a força, irá usá-la” The Western Watchman

 

Durante a Idade Média, mais de 150 milhões de pessoas morreram vitimadas pelas mãos cruéis do papado romano.

 

7) O Chifre Pequeno mudaria os tempos e a lei (verso 25)

 

Quando comparamos este verso com Dan.2:21 que diz que é Deus “quem muda os tempos e as horas, remove reis e estabelece reis”, podemos verificar a pretensão deste poder em querer agir como Deus. Este paralelo é particularmente interessante pelo fato dele indicar que a pretensão de mudança dos tempos por parte do Chifre Pequeno pode também estar relacionado com a manipulação do poder político e de seus governantes (coisa que o Papa soube muito bem fazer durante toda a Idade Média). Um exemplo disto está na Bula (decreto) Regnans in Excelsis do Papa Pio V, onde ele declarou a rainha protestante da Inglaterra, Elizabeth I (1558-1603), como uma herética maldita, e proibiu seus súditos de obedecer-lhe. Mais tarde o mesmo Papa deu a permissão para que os súditos ingleses voltassem a lhe prestar obediência.

 

Porém, mais grave e significativo do que as mudanças e manipulações temporais, foram as de ordem espiritual:

 

“O Papa pode modificar a lei divina, uma vez que o seu poder não provém do homem, mas de Deus, e ele age na Terra como preposto de Deus, com pleno poder para liberar ou reter suas ovelhas” Pedro de Ancarano (Aproximadamente 1440 a.D.)

 

Entre as mudanças realizadas pela Igreja Cristã Apostada (Igreja Católica Apostólica Romana) nas verdades das Escrituras Sagradas, destacamos a transferência da santidade do sábado para o domingo, e a mudança da crença no único Deus Eterno e em Seu Filho unigênito para a crença num Deus triúno (trindade).

 

Quanto a mudança do sábado para o domingo, o Arcebispo de Reggio, Gaspare de Fosso, numa palestra em 18/01/1562 disse:

 

“A autoridade da igreja é ilustrada mais claramente pelas Escrituras; pois enquanto por um lado ela [a igreja] recomenda a Escritura, declara que ela é divina, e a oferece para leitura, ... por outro lado os preceitos legais da Escritura, ensinados pelo Senhor, cessaram em virtude da mesma autoridade [exercida pela igreja]. O sábado, o mais glorioso dia da lei, foi modificado para o dia do Senhor, ... Estes e outros assuntos similares não foram abolidos em virtude dos ensinamentos de Cristo (pois Ele declarou que viera cumprir a lei, e não para destruí-la), mas foram alterados pela autoridade da igreja.” Mansi, Sacrorum Conciliorum.

 

Lutero, que tinha como lema “Sola Scriptura”, foi escarnecido de maneira constrangedora pelo líder católico Johann Eck com o seguinte argumento:

 

“A Escritura ensina: ‘Lembra-te do dia do sábado para o santificar; seis dias trabalharás e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus’, etc. Assim a igreja mudou o sábado para o domingo por sua própria autoridade, e para isso você [Lutero] não tem nenhuma Escritura” Enchiridion of Commonplacesof John Eck against Luther and other Enemies of the Church, 8v, pág.13

 

O eco deste pensamento ainda era ouvido em 1957 no Catecismo da Doutrina Católica para os Conversos (The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine) de Peter Geiermann (pág.50):

 

“P.: Qual é o dia de sábado?

“R.: O sábado é o sétimo dia.

“P.: Por que nós observamos o domingo em lugar do sábado?

“R.: Nós observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica transferiu a solenidade do sábado para o domingo.”

 

E mais recentemente os católicos continuavam afirmando:

 

“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo; de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” O Monitor Paroquial de 26 de agosto de 1926, Socorro, Estado de São Paulo.

 

Todo protestante que observa o domingo em vez do sábado bíblico, presta homenagem a Igreja de Roma. Nisto, todo bom adventista concorda. Mas como a Igreja Adventista atual, que mudou de forma oficial em 1980 uma doutrina que antes era combatida pelos pioneiros, se explica diante da seguinte argumentação por parte dos católicos:

 

“Qualquer pessoa para ser salva, antes de todas as coisas é necessário que ela celebre a fé católica: A menos que cada um mantenha esta fé no seu todo, completa e sem mancha, sem dúvida perecerá eternamente. Mas esta é a fé católica; Que nós adoramos um Deus em uma Trindade, e a Trindade em uma unidade, não devemos confundir as pessoas; nem dividir suas substâncias. ...Assim, o Pai é Deus: o Filho é Deus: e o Espírito Santo é Deus. De forma que em todas as coisas, como supracitado, a unidade da Trindade, e a trindade em sua unidade deve ser adorada. Aquele que será salvo, tem que pensar desta maneira sobre a trindade.

Nossos oponentes (protestantes) às vezes reivindicam que nenhuma crença deveria ser dogmatizada que não é explicitamente declarada na Bíblia (ignorando que é somente na autoridade da Igreja que nós conhecemos a certeza dos evangelhos, e não outros como verdadeiros). Mas as igrejas protestantes por elas mesmas têm aceitado tais dogmas como a TRINDADE pela qual não há nenhuma autoridade precisa nos evangelhos.” Revista Vida, 30 de outubro de 1950.

 

Se de fato concordarmos com a primeira citação (em relação ao domingo que os protestantes prestam homenagem a Igreja Católica), deveremos também concordar com a segunda (de que a Igreja Adventista tem dentro do seu credo uma doutrina católica alheia às Escrituras) como verdadeira. Será que agora você entende a razão de nossos pioneiros (Thiago White, J.N.Andrews, José Bates, etc.) não aceitarem a trindade e até a combaterem como uma doutrina diabólica?

 

A Trindade é outra importante heresia inventada pelo Chifre Pequeno de Daniel 7 cumprindo assim a profecia quanto a mudança na lei que diz “Não terás outros deuses diante de Mim”. No Catecismo do Católico de Hoje, pág. 12, lemos:

 

“A Igreja estudou este mistério com grande solicitude e, depois de quatro séculos de investigações, decidiu expressar a doutrina deste modo: Na unidade da Divindade há três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – realmente distintas uma da outra. Assim nas palavras do Credo de Atanásio: ‘O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, e no entanto não são três deuses, mas um só Deus’” (Número 1248, da Editora Santuário, Edição 28, 2002.)

 

A declaração a seguir extraída do livro denominacional da IASD chamado Estudos Bíblicos deveria fazer todo adventista sincero refletir e começar a enxergar o cisco nos seus olhos antes de apontar para o cisco no olho dos demais:

 

“No credo do Papa Pio IV, uma autorizada declaração da fé Católica Romana é encontrada no seguinte asserto: ‘Reconheço a Santa Igreja Católica Apostólica como mãe e soberana de todas as igrejas.’ – Artigo 10. Quando as professas igrejas protestantes repudiam o princípio fundamental do protestantismo, pondo de parte a autoridade da Palavra de Deus, aceitando em seu lugar a tradição e especulação humanas, adotaram o princípio fundamental da moderna Babilônia e exige uma proclamação da queda da moderna Babilônia...

“Ainda que muitos líderes do moderno protestantismo, conhecido como altos críticos, não tenham formalmente adotado o credo da Igreja de Roma, e não se tenham tornado parte orgânica desta corporação, mesmo assim pertencem à mesma classe ao rejeitar a autoridade da palavra de Deus, aceitando em seu lugar o produto de suas próprias argumentações. Há tanta apostasia num caso como no outro, e ambos devem ser incluídos, portanto, em Babilônia, e ambos se acharão envolvidos, afinal em sua queda”. Estudos Bíblicos, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí-SP, págs. 213 e 214, artigo A QUEDA DA MODERNA BABILÔNIA.

 

8) O Chifre Pequeno agiria durante três tempos e meio

 

Daniel 11:13 diz que um tempo equivale a um ano, ou seja, três anos e meio. De acordo com o princípio bíblico de Ezequiel 4:6 e Números 14:34 que relaciona um dia profético com um ano literal, temos um período de 1260 anos literais (3 ½ anos x 12 meses x 30 dias = 1260 dias). A legitimidade deste princípio dia/ano, bem como dos cálculos de conversão de ano profético em dias literais, é confirmado através de outros textos bíblicos onde este mesmo período aparece, porém de formas diferentes. O quadro abaixo demonstra isto:

 

Texto Bíblico

Período de Tempo

Cálculo

Daniel 7:25

Um tempo, tempos e metade de um tempo

3 ½ anos x 12 meses x 30 dias = 1260 dias

Daniel 12:7

Um tempo, tempos e metade de um tempo

3 ½ anos x 12 meses x 30 dias = 1260 dias

Apocalipse 11:2

42 meses

42 meses x 30 dias = 1260 dias

Apocalipse 11:3

1260 dias

1260 dias

Apocalipse 12:6

1260 dias

1260 dias

Apocalipse 12:14

Um tempo, tempos e metade de um tempo

3 ½ anos x 12 meses x 30 dias = 1260 dias

Apocalipse 13:5

42 meses

42 meses x 30 dias = 1260 dias

 

Tomando como início da ascensão do poder da Igreja Católica o ano de 538 a.D., quando os Ostrogodos (o últimos dos arianos que se opunham à hegemonia da igreja de Roma) foram derrotados, e somando 1260 anos, chegaremos ao ano de 1798 quando o general francês Berthier aprisionou o Papa Pio VI no momento que este comemorava o aniversário de sua coroação na Capela Sistina. O Papa foi preso e exilado pelo governo da França com a intenção de banir a Igreja Católica do mapa.

 

 

Conclusão quanto ao Chifre Pequeno:

 

“Somente uma entidade preenche de modo cabal todos esses oito requisitos – a igreja cristã que se projetou no cenário político-religioso à medida que o império romano declinava, e que desfrutou o privilégio de exercer influência especial sobre a mente dos homens entre o sexto e o décimo oitavo séculos.” Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel (1ª edição), pág.127 – C.M.Maxwell

 

Hoje esta igreja continua sua influência teologicamente corrompedora através de um segmento mundial que identificamos como Igreja Católica Apostólica Romana.

 

 

  O Tribunal Celestial 

 

Enquanto Daniel estava profundamente impressionado com O Chifre Pequeno, o anjo queria chamar-lhe a atenção para uma outra parte muito importante da visão: A cena do Tribunal Celestial.

 

Melhor seria se o autor da lição tivesse separado o estudo de Daniel 7 em duas partes, reservando para uma segunda semana o estudo do tema do juízo devido a sua suprema importância para a correta compreensão do Plano da Salvação no contexto do grande conflito, e por ser este tema uma característica distintiva no corpo doutrinário dos Adventistas do Sétimo Dia.

 

Já vimos que Daniel em sua visão noturna havia visto quatro animais que se sucediam um após o outro, sendo que do último animal, denominado como terrível e espantoso, surgiu um insolente chifre pequeno que além de proferir palavras contra o Altíssimo, destruía os santos do Altíssimo.

 

Daniel ficou intrigado com a arrogância e petulância deste poder, pois não podia se conformar com o fato dele prosperar afrontando o Deus Eterno e até vencer os santos.

 

O mal venceria o bem? Como poderia ser isto?

 

Foi neste contexto que lhe foi introduzida as cenas relatadas nos versos 9 e 10:

 

Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.

 

Negritei algumas palavras chaves no texto acima para podermos comentá-las separadamente:

 

Continuei: No verso 9 a expressão “continuei olhando” indica que Daniel estava em sua visão vendo o Chifre se engrandecendo e agindo, quando na seqüência sua atenção é desviada para uma cena de um Tribunal Celestial onde estão presentes as duas maiores autoridades do universo: o Ancião de Dias (Deus, o Pai) e o Filho do homem (Jesus, o Filho unigênito de Deus). Participam também deste Tribunal milhares e milhões de anjos, de forma que está muito evidente que esta cena se passa no Céu e não na Terra.

 

Tronos: A palavra está no plural indicando que foram colocados pelo mais de um trono. Quantos tronos foram colocados? O texto não diz, porém quando comparamos este texto com as visões que outros profetas bíblicos tiveram do trono de Deus, ampliamos nossa compreensão de alguns detalhes (Isaías 6:1-4, Ezequiel 1, Apocalipse 4). A descrição de Apocalipse é particularmente interessante por mencionar outros tronos (os dos 24 anciãos) além do trono do Altíssimo visto e relatado pelos outros dois profetas (Isaías e Ezequiel).

 

Ancião de Dias: Quem é o Ancião de Dias? Por aquilo que os profetas Isaías, Ezequiel e João relataram de suas visões, parece não haver qualquer dúvida de que o Ancião de Dias é o Deus Eterno, o Altíssimo, denominado também como Deus o Pai. Ellen White confirma:

 

“Eu continuei olhando’, diz o profeta Daniel, ‘até que foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias Se assentou: (...)’. Assim foi apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida dos homens passariam em revista perante o Juiz de toda a Terra, e cada homem seria recompensado ‘segundo as suas obras’. O Ancião de Dias é Deus, o Pai. Diz o salmista: ‘Antes que os montes nascessem, ou que Tu formasses a Terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, Tu és Deus’. Salmo 90:2. É Ele, fonte de todo ser e de toda lei, que deve presidir o juízo.” O Conflito dos Séculos. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1978, p. 479 (Ênfase acrescentada).

 

Rodas de fogo ardente: Esta palavra nos reporta para a descrição que Ezequiel fez do Trono de Deus no capítulo 1.

 

Rio de fogo que manava e saía de diante dEle: Um rio que sai do Trono de Deus também é mencionado em Apocalipse 22:1: “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.

 

Milhares de milhares ... milhões de milhões: Na visão que João teve do Trono de Deus, relatada em Apocalipse 5:11, é mencionada a mesma quantidade de seres celestiais: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares.

 

Assentou-se o juízo: Apresenta-se aqui de forma inquestionável a indicação de que está começando um juízo, ou um julgamento no céu. Compare os textos nas cinco partes do capítulo 7 onde o juízo e suas conseqüências são apresentadas:

 

Texto Bíblico

Ponto Central

Daniel 7:9-10

Assentou-se o Tribunal

Daniel 7:13-14

O Filho do homem recebe o Reino Eterno

Daniel 7:18

Os Santos do Altíssimo receberão o Reino

Daniel 7:22

Foi dado o juízo aos Santos do Altíssimo

Daniel 7:26-27

O tribunal se assentará em juízo para:

- Tirar o domínio do Chifre Pequeno

- Entregar ao povo santo o Reino Eterno

 

Na comparação entre os textos acima podemos ter um quadro ampliado do que consiste este julgamento realizado no Tribunal Celestial:

 

1) Daniel 7:9-10: O Ancião de Dias assenta-se em juízo dando a entender que um Tribunal é estabelecido e inicia-se um processo de julgamento nas cortes celestiais. A maneira como foi mostrado em visão para Daniel os tronos sendo colocados, sugere uma arrumação no céu com a finalidade de prepará-lo para algo novo prestes a começar. Com isto percebemos a preocupação do Senhor em fazer com que entendêssemos que estava iniciando um processo de julgamento no céu, ou seja, uma nova fase de atividades nas cortes celestiais estava começando.

 

2) Daniel 7:13-14: Na seqüência à instauração deste juízo o Filho do homem comparece perante o Ancião de Dias para receber o domínio, a honra e o reino eterno, bem como a adoração de todos os seres viventes. A expressão Filho do homem direciona-nos a Gênesis 3:15 onde encontramos a promessa de que o “descendente” (o filho) da mulher (símbolo da humanidade) viria para enfrentar a serpente e salvar a humanidade de suas presas mortais. Em outras palavras, a primeira promessa de um Messias (Gên.3:15) fala que a salvação da raça humana viria através do descente da mulher, ou seja, do Filho do homem enviado por Deus. Que este título era reconhecido como um título messiânico por parte dos judeus, está evidente na reação que tiveram quando Jesus o aplicou de forma bem específica a Si mesmo:

 

Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia.” Mateus 26:64-65

 

O texto acima mostra claramente que as expressões Filho de Deus e Filho do homem identificam igualmente o Messias (o Cristo) prometido. A expressão Filho de Davi, que também era usada no sentido messiânico, tinha uma conotação mais de líder conquistador e vitorioso, porém ela foi deturpada pelo conceito errôneo que os judeus passaram a ter do Messias (conquistador político). Por este motivo Jesus sempre preferiu referir-se a si próprio como o Filho do homem (65 vezes).

 

Este tribunal conferirá a Jesus o direito de receber toda a autoridade que o Pai deseja-lhe conferir. Os capítulos 4 e 5 de Apocalipse ampliam este quadro de forma bem detalhada.

 

O contexto do Grande Conflito entre Cristo e Satanás de Apocalipse capítulo 12 ajuda-nos a entender o porque da necessidade de um julgamento onde Ancião de Dias confere na presença de todas suas criaturas o direito de conceder ao seu Filho unigênito toda a autoridade.

 

Na terceira e derradeira tentação de Cristo no deserto, Satanás pede que Ele se proste e o adore em troca da autoridade e domínio sobre os reinos deste mundo (Mateus 4:8-10). Aqui está bem claro que as verdadeiras pretenções de Satanás é o de questionar esta autoridade e domínio que o Pai concedeu única e exclusivamente ao Seu Filho unigênito, requerendo-as também para si próprio (Tudo indica que Lúcifer queria ser o terceiro ser a desfrutar da autoridade e poder que só Deus o Pai e Seu Filho unigênito desfrutavam). E mais, Satanás considera-se o legítimo possuidor das pessoas deste planeta, de forma que um juízo celestial de repercussão universal precisa ser instaurado para tornar conhecido perante todo o universo o justo e irrefutável veridito divino.

 

3) Daniel 7:18: Quando o Filho do homem recebe o reino Ele o compartilha com todos os santos do Altíssimo. Aqui está um outro propósito deste tribunal celestial, o de fazer com que todos aqueles que foram salvos única e exclusivamente pelos méritos do Filho de Deus (e Filho do homem) pudessem receber como herança o reino eterno. Com a autoridade do Filho do homem vindicada perante todo o universo, Jesus pode outorgar a todos aqueles que confiaram nEle o reino eterno que já lhe pertencia desde os tempos eternos por decreto do Altíssimo. Lúcifer não pode mais sustentar seus argumentos contra Deus e Seu Filho, pois todo o universo reconhece que Deus procedeu com absoluta justiça, imparcialidade e grande amor durante todos os episódios da grande controvérsia. Este reconhecimento fica estabelecido justamente durante o Tribunal Celestial.

 

4) Daniel 7:22: Este verso na tradução N.I.V. (New International Version) aparece da seguinte maneira: “O Ancião de Dias pronunciará um juízo em favor dos santos do Altíssimo”. Esta é uma outra lição vital que podemos extrair de Daniel 7 quanto ao julgamento realizado no Tribunal Celestial: O julgamento é feito em favor dos santos do Altíssimo. É por este motivo que Apocalipse 14:6 e 7 relaciona a chegada da hora do juízo com o Evangelho Eterno, ou seja, as Boas Novas (Notícias) Eternas.

 

5) Daniel 7:26-27: Estes textos sintetizam de forma resumida os dois principais objetivos do julgamento no Tribunal Celestial: Punir culpado (verso 26) e Reivindicar o inocente (verso 27). A lição explica que este é o conceito hebraico de justiça (ver Deut. 25:1 e I Reis 8:32): “No juízo final, não apenas o povo de Deus é vindicado, mas o perseguidor é punido” (Edição do professor pág.95).

 

Resumindo, este processo de julgamento é importantíssimo porque:

 

1)  Vindicará o caráter de justiça e amor de Deus o Pai perante todo o universo

2)  Vindicará o nome do unigênito Filho de Deus como digno de receber do Pai todo o poder e autoridade

3)  Vindicará todos aqueles que confiaram na salvação oferecida pelo Pai mediante Seu Filho unigênito como herdeiros juntamente com Cristo

4)  Estabelecerá de forma inequívoca quem é o verdadeiro culpado pelo pecado, fazendo com que este receba a punição definitiva e final

5)  Permitirá que fique evidenciado que a destruição de todos aqueles que recusaram tão grande salvação é não somente um ato de justiça, mas também de amor

 

Abriram-se os livros: Esta expressão de Daniel 7:10 nos faz lembrar de Apocalipse 20:12 que também menciona livros sendo abertos, nos quais encontram-se registradas informações que servirão de base no julgamento dos mortos: E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

 

O texto acima faz menção de “outro livro” denominado como Livro da Vida, também mencionado no verso 15 do mesmo capítulo de Apocalipse: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

 

De acordo com Apocalipse 21:27, no Livro da Vida estão registrados todos os nomes daqueles que possuirão o reino eterno (chamado de Livro da Vida do Cordeiro): “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.

 

Já que estamos falando de livros, em Malaquias 3:16 existe a menção de um Livro onde foi escrito diante do Senhor um memorial: “Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram freqüentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome.

 

Voltando ao livro de Daniel, verificamos que o profeta no capítulo 12 verso 1 também mencionou um livro onde estaria registrado o nome de todos aqueles que seriam livrados pela intervenção do grande príncipe Miguel: “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.

 

Parece estar bem claro que no céu existem livros onde estão registradas precisas informações, e que estarão sendo abertos por ocasião do julgamento no tribunal celestial. Tal fato nos mostra como Deus está sendo cauteloso e tremendamente transparente na maneira com que está lidando com o problema do pecado. Deus não precisa de livros para lembra-lo de nomes ou de fatos que ocorreram, pois Ele conhece a tudo e a todos da maneira mais perfeita possível. Se Ele mantém nos arquivos celestiais tudo devidamente registrado, certamente é para o benefício de todas as suas criaturas inteligentes envolvidas neste conflito cósmico entre o bem e o mal.

 

De acordo com Paulo em I Coríntios 4:9, este planeta invadido pelo anjo rebelde e seus comparsas é um palco onde se processa o mais dramático Reality Show assistido por todos no universo: “Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.

 

Deus faz questão que todas as evidências sejam minuciosamente registradas para que sirvam de base neste julgamento, de forma que ao serem decididos todos os casos fique evidente e comprovado que Ele foi absolutamente justo e infinitamente amoroso.

 

Uma seqüência irrefutável

 

Daniel 7 destaca uma seqüência de fatos destacando sua importância pela forma como são repetidos ao longo de todo capítulo:

 

SEQUÊNCIA

Daniel 7:7-14

Daniel 7:19-22

Daniel 7:24-27

Chifre pequeno

Chifre pequeno se manifesta

Chifre pequeno faz guerra contra os santos e os vence

Ações detalhadas do chifre pequeno, inclusive seu tempo hegemonia

Juízo no céu

Assenta-se o Tribunal e abrem-se os livros

Até que veio o Ancião de Dias e foi dado o juízo aos santos

O Tribunal se assentará em juízo

Destruição do chifre pequeno

O quarto animal é morto

 

O domínio do chifre pequeno é tirado para que seja finalmente destruído

Reino de Deus

O domínio eterno do Filho do homem é estabelecido

Chegou o tempo dos santos possuírem o reino

O reino eterno serão dados ao povo dos santos do Altíssimo

 

 

Quando terá início este julgamento?

 

A visão de Daniel no capítulo 7 não fornece nenhuma data específica para o início deste julgamento, porém fornece o tempo de predominância do Chifre Pequeno sobre os santos do Altíssimo de forma que ele fazia guerra contra eles e os vencia (7:21). Já vimos no comentário anterior que este período é de 1.260 anos compreendidos entre 538 e 1798 de nossa era.

 

Notem que o texto de Daniel não diz que o Chifre Pequeno deixaria de existir por ocasião do fim dos 1.260 anos. Apenas informa que seu poder destruidor sobre a vida dos santos cessaria no fim dos 1.260 anos. Quando em 1798 o general Berthier, a serviço de Napoleão, aprisionou o Papa e o enviou para o exílio, um ferimento mortal foi feito no Chifre Pequeno, porém de acordo com Apocalipse 13:3 esta ferida mortal seria no seu devido tempo curada, de forma que toda a terra se maravilharia seguindo este poder.

 

Pois bem, em Daniel 7:26 temos que “o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o seu domínio, para destruir e para desfazer até o fim”. Ou seja, o Chifre Pequeno perderia o seu domínio e seria finalmente destruído como conseqüência do veredito pronunciado neste tribunal. Portanto, com base em Daniel 7, apenas podemos arriscar dizer que este julgamento começa depois de um certo tempo de atuação do poder do Chifre Pequeno. Nada mais além disto!

 

O objetivo da visão do capítulo 7 de Daniel em relação ao julgamento, não é de dizer quando ele se iniciará, e sim simplesmente dar a certeza de que ele ocorrerá.

 

 

 

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